Uma cirurgia inédita no Brasil foi realizada em maternidade de Salvador,
no fim do último mês de julho. No procedimento, um bebê acometido por
um defeito congênito chamado gastrosquise, que deixava exposto o seu
intestino, foi operado com o cordão umbilical ainda preso ao corpo da
mãe. A doença atinge 4,6 em cada 10 mil recém-nascidos no Brasil.
A técnica, conhecida como simile-exit, foi criada pelo cirurgião pediátrico argentino Javier Svetliza.
De acordo com Célia Britto, cirurgiã pediátrica que participou do
procedimento, na Maternidade de Referência Professor José Maria de
Magalhães Netto, localizada no bairro do Pau Miúdo, antes da nova
técnica, os médicos esperavam o bebê nascer, para então fazer o
tratamento. "O pós-operatório era muito longo, e o bebê tinha que ficar
internado na UTI por até 90 dias", afirma.
Na nova modalidade, os médicos acompanham a gestante desde a
identificação da patologia e interrompem a gravidez por volta da 35ª
semana, para fazer a cirurgia. "O procedimento é feito em cima das
pernas da mãe. Como o bebê ainda está ligado pelo cordão umbilical,
aplicamos a anestesia na mãe", explica Célia.
A cirurgiã destaca que o procedimento, além de não exigir equipamentos
especiais, é feito rapidamente. "A cirurgia leva de três a cinco
minutos", conta. A médica também aponta que o pós-operatório é muito
mais rápido. "A criança fica internada por cerca de 20 dias, e já pode
estar mamando 72 horas após o procedimento", acrescenta.
Célia Britto chama a atenção para a importância do pré-natal. "A
patologia só poderá ser identificada, caso a gestante esteja sendo
acompanhada por um médico, e é através do ultrassom que vamos avaliar a
maturidade do feto", conclui. As informações são do G1.