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O governador Jaques Wagner (PT) disse ontem que a morte
violenta e precoce do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
“jogou uma carga de emoção muito grande no país”.
Para ele, o ex-aliado era “um jovem brilhante e, por conta de todo acontecido, Marina acabou virando um símbolo”.
Ainda de acordo com o governador baiano, é muito cedo para avaliar o desempenho dos candidatos à presidência, mesmo com as pesquisas apontando o crescimento percentual de Marina Silva (PSB).
“Ela (Marina) teve um desempenho em 2010 bastante
significativo, com quase 20 milhões de votos.
É cedo para saber se esta
comoção vai se sustentar, mas, sem dúvida, se tivermos segundo turno,
teremos duas mulheres disputando as eleições. Vamos aguardar as próximas
pesquisas,
até porque teremos mais programas de televisão. No segundo turno a
disputa é Dilma e Marina”, acredita, e aproveitou a oportunidade para
alfinetar o candidato da oposição, Aécio Neves: “A temperatura e a
preocupação no ninho tucano foi lá pra cima”.
Segundo disse Wagner na Metrópole, Marina tirou o segundo lugar do ex-governador de Minas Gerais, tornando-se o grande empecilho para Dilma Rousseff (PT) permanecer no Planalto.
Ele acredita que ambas as candidatas são fortes
concorrentes pelas histórias de vida semelhantes. “Marina deslocou Aécio
[candidato à presidência pelo PSDB] no primeiro turno. Ela está
chegando ao segundo turno. Aí serão duas mulheres com histórias
parecidas. Marina não tem uma coligação forte”, analisou.
Sobre as eleições para governador da Bahia,
Jaques Wagner colocou as críticas à oposição no centro de sua fala.
Segundo o governador, Paulo Souto (DEM) diz ter feito obras que já
existiam.
Ainda segundo o petista, “na política, estamos em
palanques opostos, ele está num partido que não tem tradição na área
social. Hoje na campanha, até o que ele [Paulo Souto] não fez, diz que
fez, eu fui obrigado a dar risada. Porque o candidato já foi duas vezes
governador da oposição e uma vez vice, até hospital que já existia, ele
andou dizendo que foi ele que construiu”, disse.
Quando questionado sobre as pesquisas de intenções de
votos, nas quais o postulante da situação, Rui Costa, aparece em
terceiro lugar, Wagner disse que não se pode depositar muita confiança
nesse método de análise. “As pesquisas vêm sempre carregadas de erros.
Em 2006, o erro foi grosseiro, porque no domingo da eleição eu ganhei no
primeiro turno. A pesquisa verdadeira a gente faz na rua, eu estou
sentindo o mesmo cheiro para Rui do que aconteceu comigo em 2006. A rua
tá boa, a receptividade para ele também está muito boa”, analisou.
O petista lembrou suas candidaturas anteriores, das
quais, embora não tenha saído vencedor, angariou expressiva quantidade
de votos. “Eu queria ser, em 1996, prefeito de Salvador. Era uma eleição
difícil, a gente sabia, mas era importante colocar o nome. Aí eu
coloquei meu nome e Pelegrino me venceu nas prévias. Depois, fui
candidato a prefeito de Camaçari, minha terra natal. Em 2002, fui
candidato ao governo do estado, tive uma votação que surpreendeu até o
PFL, que ganhou as eleições”.
Questionado se sentirá saudades do Palácio de Ondina,
Jaques Wagner disse que sim: “De um lado vou sentir saudade do carinho
da população. Tem muita coisa feita. Muita gente não sabe o que eu fiz.
Como obras, volumes sociais”, contou.
O governador também aproveitou o espaço para enumerar
algumas obras realizadas durante a sua gestão: “Na Olimpíada Social, o
governo ganhou várias medalhas de ouro. Foram 250 mil exames de câncer
de mama, 130 cirurgias de catarata. Medalha de ouro em emprego e entre
outros. São marcas significativas. Orgulho de governar a Bahia. O
governador é feito de limitações”, observou.
Fonte: Guilherme Reis - Tribuna da Bahia