Os cinco envolvidos na morte do médico Arthur Eugênio Pereira de
Azevedo, 35 anos, tiveram a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de
Justiça de Pernambuco. Entre eles está o cirurgião torácico Cláudio
Amaro Gomes, 57 anos, que foi médico de Lula em 2010, quando o
ex-presidente teve uma crise de hipertensão durante viagem ao Recife.
A juíza titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Jaboatão dos
Guararapes, na região metropolitana da capital, acatou a denúncia do
Ministério Público de Pernambuco. As investigações conduzidas pelo
delegado Guilherme Caracciolo apontaram cinco réus no processo. Além do
médico, também tiveram a prisão preventiva decretada o bacharel em
direito Cláudio Amaro Gomes Jr, 32 anos, filho do médico, Lyferson
Barbosa da Silva, 26 anos, Jailson Duarte César, 29 anos, e Flávio Braz
de Souza, 32 anos.
O médico Arthur Eugênio de Azevedo foi assassinado na noite do dia 12 de
maio. Segundo a polícia, ele foi arrastado por dois homens na entrada
do prédio onde morava, no bairro de Boa Viagem, na zona sul do Recife. O
corpo dele só foi encontrado no dia seguinte, com marcas de tiro, às
margens da rodovia BR-101, no município de Jaboatão dos Guararapes. O
carro da vítima foi queimado e abandonado no bairro da Guabiraba, zona
norte da capital pernambucana.
De acordo com a polícia, o crime teria sido motivado por desavenças
profissionais. “A vítima era um arquivo ambulante das coisas erradas que
o Cláudio Amaro tinha feito no decorrer da vida profissional. Eles dois
tinham uma sociedade e trabalhavam juntos em alguns hospitais. A vítima
verificou vários procedimentos irregulares e chegou a relatar para os
amigos que estava rompendo a sociedade", explica Caraciolo.
"Duas semanas antes da morte, uma testemunha se encontrou com a vítima
que disse que estava sendo perseguida por Cláudio Amaro no Hospital das
Clínicas e que pensava em processá-lo por assédio moral. Arthur Eugênio
era um médico excepcional, com doutorado em cirurgia torácica e obtinha
notas consideradas insuficientes quando era avaliado por Cláudio Amaro.
Ele foi reprovado no estágio probatório por causa disso", informou
Caraciolo.
Ainda segundo a polícia, Cláudio Amaro recebia um percentual do valor
pago pelos convênios se o paciente precisasse de internação na UTI.
Arthur era contra esse procedimento.
Os cinco homens envolvidos no crime foram indiciados por homicídio,
sequestro, roubo, associação criminosa, estelionato e comunicação falsa
de crime. Para a polícia, o médico Cláudio Amaro e o filho seriam os
mandantes do assassinato. Jailson Duarte teria apresentado o mandante
aos executores Lyferson Barbosa e Flávio Braz de Souza. Dos cinco,
apenas Flávio Braz ainda não foi capturado.
Fonte: Terra.