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Foi-se o tempo em que o Polo Petroquímico de Camaçari era um grande
empregador e concentrava a colocação dos sonhos de muitos baianos.
Apesar de hoje ser chamado de Polo Industrial, ele já não é um grande
empregador, pelo menos em termos de quantidade.Mas, quando o assunto é
qualidade, as vagas dali ainda são muito disputadas por quem deseja um
bom salário e oportunidades de crescimento. O setor petroquímico na
Bahia emprega atualmente cerca de 45 mil pessoas. Dessas, 15 mil são
diretos e mais de 30 mil indiretos, sendo que 60% dos profissionais
envolvidos se concentram nas áreas de operação e manutenção. Como as
necessidades aumentam e as vagas são poucas, empresas do setor procuram
empregados vindos de cursos técnicos. Um profissional com o perfil
desejado por essas empresas pode chegar a ganhar até R$ 10 mil como
salário inicial.
As formações mais requisitadas são Mecânica, Elétrica, Mecatrônica,
Eletromecânica, Química, Automação e Controle, Operação de Processos
Químicos e Petroquímicos e de Segurança do Trabalho.
Técnicos
Para a sócia da empresa de recursos humanos People2People Rita Luciana
Aguiar, sobram vagas nas áreas técnicas por conta de uma
supervalorização dos cursos superiores.
“A oferta de técnicos diminuiu. Por isso, o salário aumenta e as
empresas retêm os profissionais qualificados. Por falta de pessoas
qualificadas, muitos dos negócios procuram por colaboradores que atuem
no mesmo segmento. Quando não acham, acabam por selecionar talentos fora
da Bahia. No caso de empresas que optam por aceitar membros sem
experiência prévia, a opção é recorrer aos centros técnicos formadores
”, diz.
Perfil
A gerente da Braskem Kricia Galvão, responsável por Pessoas &
Organização Vinílicos, afirma que 51% dos colaboradores da empresa são
técnicos. “São essas pessoas que fazem as coisas (da empresa)
acontecerem. Por isso, estimulamos e capacitamos os funcionários para
que eles adquiram o conhecimento tácito, aquele que o indivíduo adquire
ao longo da vida, pela experiência”.
Já o gerente do Núcleo Estratégico do Senai da Bahia, Luis Alberto
Brêda, ressalta que o domínio técnico é essencial, mas que é preciso ter
noções de segurança, bom relacionamento, dentre outras competências,
para conseguir uma vaga na indústria petroquímica.
“Muitos cursos nascem em função da demanda da própria indústria. O
diferencial (para o trabalhador), além dos conhecimentos técnicos, são,
sobretudo, as competências e habilidades de relacionamento intrapessoal e
liderança”.
Fonte: Correio