Salvador vai sediar Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida

Joaquim Lopes, ginecologista, especialista em Reprodução Humana e diretor do Centro de Medicina Reprodutiva (Cenafert)
Salvador foi a cidade escolhida para sediar o XVIII Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida. O evento, presidido pelo ginecologista baiano, especialista em Reprodução Humana e diretor do Centro de Medicina Reprodutiva (Cenafert), Joaquim Lopes, será realizado entre os dias 20 e 23 de agosto, no Gran Hotel Stella Maris. Informações podem ser obtidas pelos sites www.abmeventos.org.br ou www.sbra2014.com.br ou ainda pelos telefones (71) 2107-9682 ou 2107-9684.
Promovido pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), o congresso é o principal encontro científico da área no Brasil e deve reunir cerca de mil participantes, além de conferencistas nacionais e internacionais de peso que irão apresentar os avanços e tendências da reprodução humana mundial.
Entre os temas que serão destaques no evento estão a “Preservação da fertilidade por razão pessoal após os 38 anos. Vale a pena ?”. De acordo com Joaquim Lopes, é cada vez mais comum a gravidez após os 40 anos. “A mulher moderna tem priorizado sua formação e sua carreira profissional e acaba retardando cada vez mais seu projeto de ser mãe. Isso é um fato constatado em todo o mundo. Assim, a decisão de engravidar é feita, muitas vezes, num momento em que a fertilidade declina rapidamente em função do envelhecimento natural dos óvulos, que a mulher traz consigo desde o nascimento”, explica o médico.
As técnicas de reprodução assistida oferecem algumas alternativas para preservação da fertilidade que dependem da reserva ovariana que a mulher possua na época. Entre essas técnicas está o método de vitrificação usado para criopreservação de gametas femininos, considerada um dos mais promissores. Através dela, os óvulos são congelados de maneira ultra-rápida e preservados em baixa temperatura (-196ºC), garantindo a sua qualidade no ato da desvitrificação para posterior fertilização.
“Hoje, até a mulher que já deixou de menstruar, ou seja, entrou na menopausa, mas ainda possui idade e condição orgânica que permitam uma gravidez saudável, pode ter um filho”, garante Lopes. No entanto, explica o médico, 50 anos é a idade máxima para uma mulher se submeter às técnicas de reprodução assistida, segundo resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina).
Um outro assunto que será abordado durante o Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida é a infertilidade masculina, responsável por 40% dos casos de infertilidade conjugal. Os outros 40% dos casos são atribuídos à mulher e, em 20% deles, o problema está presente nos dois. Entre as causas mais comuns da infertilidade no homem está a varicocele (varizes na bolsa escrotal), que consiste na dilatação anormal das veias que drenam o sangue na região dos testículos. A baixa produção de espermatozoides pelo testículo, causada por alterações hormonais, a mobilidade dos espermatozoides, questões genéticas e a qualidade do sêmen são alguns outros fatores que influenciam na fertilidade masculina.
Como otimizar a fertilidade natural” também é um dos temas que serão discutidos no evento. Alguns fatores comportamentais estão associados à infertilidade ou podem retardar a gravidez em indivíduos férteis. “Há algumas medidas que aumentam a chance de gravidez natural”, afirma Joaquim Lopes. “Manter relações sexuais com frequência regular de duas a três vezes por semana, saber o período fértil e praticar o sexo seguro (com camisinha) para evitar infecções, contribuem para uma gestação natural”, acrescenta o especialista. O fumo, o álcool e o excesso de cafeína são fatores que podem comprometer a fertilidade.
A relação entre miomas uterinos e fertilidade também é um dos temas da programação cientifica do Congresso. Estima-se que cerca 50% das mulheres do mundo em idade reprodutiva – especialmente entre 30 e 48 anos de idade – são portadoras de um ou mais miomas. De caráter benigno, trata-se de um tumor sólido de tecido muscular que aparece no útero e nem sempre exige um tratamento, mas a depender da sua localização e do seu tamanho pode comprometer a fertilidade da mulher.
De acordo com Joaquim Lopes, a maioria dos miomas não interfere na fertilidade, mas é comum encontrá-los em pacientes que não conseguem engravidar ou que têm abortamentos de repetição. “Há alguns tipos de miomas que podem diminuir a chance de a mulher engravidar, impedir a gestação ou, mais frequentemente, causar abortamento ou parto prematuro. Quando o mioma instala-se na cavidade endometrial ou quando ele causa a compressão das trompas é possível que ele prejudique a fertilidade”, explica o ginecologista e especialista em Reprodução Humana.

Carol Campos
Assessoria de Imprensa
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