Foto: Wilson Dias/Agência Brasil |
O advogado Aluísio Lundgren, do deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA),
investigado por suspeita de ter recebido dinheiro do doleiro Alberto
Youssef, anunciou nesta quarta-feira (3) que deixará o caso. A decisão
ocorreu após a contadora que trabalhava com o doleiro, Meire Poza, ter
entregue à imprensa uma gravação
na qual ela conversa com um homem que diz ser Lundgren. Ele afirma para
a contadora, no áudio, que "deputados sabem que ele [Argôlo] teve algum
envolvimento com o Yousseff" e pede silêncio, ao dizer que ela não deve
falar sobre o assunto "nem para o seu advogado".
A conversa, garante
Lundgren, foi um blefe. "Ela queria um encontro com o deputado, eu já
sabia e fui no lugar dele, sabendo que ela iria gravar a conversa. Então
ela foi blefando de um lado, e eu blefando do outro. Foi uma
estratégia. Falei com o deputado hoje e disse que para evitar
especulação, estou saindo para o preservar. Ele pediu até para eu ficar,
mas se eu ficasse, ela iria usar esse fato, insistir nele, desviando o
foco das investigações", afirmou. Desde agosto, Meire tem denunciado o
funcionamento dos esquemas de lavagem de dinheiro do seu ex-chefe. Entre
as revelações feitas pela contadora, está o fato de Argôlo ser “sócio
informal” de Youssef, o que foi negado pelo deputado nesta terça (2), em
depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Questionada
pelo motivo de não ter denunciado o doleiro antes, Meire explicou que
não sabia a quem falar o que sabia.
"Alberto Yousseff é uma centopeia.
Ele tem pé em todo lugar, tem trânsito em Brasília [...] então para quem
é que eu deveria ter denunciado Alberto Yousseff?", questionou.
No mês de junho deste ano, o Diário da Notícia entrevistou o Deputado Federal Luiz Argôlo (SDD-BA) e conversamos sobre as acusações de envolvimento dele com o doleiro Youssef.
Fonte: G1