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Um tesouro "incalculável" composto por quase 700 peças de arte
pré-colombiana confiscadas na Espanha em 2003, durante uma operação
contra traficantes de drogas, foi apresentado nesta segunda-feira (01/09) no
Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, graças à colaboração das
autoridades espanholas.
No catálogo, há vasos decorados com rostos humanos, potes de cerâmica
com desenhos geométricos em tom ocre, instrumentos musicais, colares,
ou pequenas figuras humanas. São peças que datam de 1.400 a.C. até o
século XVI.
"Recuperar para o país essas 691 peças arqueológicas tem um valor
realmente difícil de calcular, de várias culturas, e significa um
esforço que vem sendo feito há muitos anos", disse a chanceler
colombiana, María Ángela Holguín, na apresentação de 50 das obras.
"Isso é de um tamanho impressionante", comemorou Holguín,
acrescentando que as autoridades colombianas esperam outros processos de
recuperação de bens de patrimônio cultural.
Entregues no final de junho pelas autoridades espanholas às
colombianas, as obras foram apresentadas apenas agora, porque seu
delicado processo de embalagem e transporte levou várias semanas.
As peças, tiradas ilegalmente do país em 2001, foram apreendidas em
2003 pela polícia espanhola durante uma operação contra uma rede de
tráfico de drogas. Mais de 800 obras arqueológicas foram encontradas.
Pelo menos 691 eram da Colômbia, explicou o vice-procurador Jorge
Perdomo.
"Essas 691 peças constituem uma extraordinária síntese do nosso
patrimônio pré-hispânico (...), pois representa vários séculos de
história com uma ampla variedade de técnicas e desenhos", avaliou o
diretor do Instituto Colombiano de Antropologia e História, Fabián
Sanabria.
Segundo o especialista, nos últimos anos, a Colômbia recuperou 2.737 peças patrimoniais. Dessas, 990 já voltaram ao país.
Ao lado da ministra colombiana da Cultura, Mariana Garcés, Sanabria
anunciou para 2015 uma exposição com boa parte das obras recuperadas.
As autoridades espanholas estimam a carga em cerca de US$ 7 milhões,
enquanto o governo colombiano diz que o valor é "incalculável".
Calima, Nariño, San Agustín, Quimbaya e Sinú são algumas das culturas e regiões colombianas, de onde esse "tesouro" vem.
Fonte: AFP