Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Mais de dois meses após o início da aplicação da
segunda dose da vacina contra o papiloma vírus humano (HPV), 2,2 milhões
de meninas com idade entre 11 e 13 anos receberam o reforço da
imunização. O número representa 45% do público-alvo, formado por 4,9
milhões de adolescentes. Os números foram divulgados hoje (11) pelo
Ministério da Saúde.
A pasta reforçou a importância da segunda dose para garantir proteção
contra o HPV, responsável pela maior parte dos casos de câncer de colo
de útero, terceiro tumor mais frequente na população feminina e terceira
causa de morte entre mulheres por câncer no Brasil. A estimativa é que
14 mulheres morram todos os dias no país vítimas da doença.
“Para garantir 100% de proteção contra o HPV, que provoca o câncer de
colo de útero, as meninas de 11 a 13 anos precisam tomar todas as doses
previstas na vacinação: a segunda, seis meses depois da primeira, e a
terceira, de reforço, cinco anos depois”, destacou o ministério.
A pasta ressaltou ainda que, embora a vacina faça parte do Calendário
Nacional de Imunização do Sistema Único de Saúde (SUS) e esteja
disponível durante todo o ano nos postos de vacinação, as adolescentes
devem seguir o cronograma de intervalo previsto entre uma dose e outra.
“A primeira dose sozinha não protege contra o vírus.”
Na sexta-feira (7), em entrevista à Agência Brasil, o ministro da Saúde,
Arthur Chioro, disse que o governo, por meio das secretarias estaduais e
municipais, tenta identificar as meninas que ainda não receberam a
segunda dose da vacina. “O que vamos fazer é um trabalho mais pontual.
Estamos identificando meninas que não tomaram a segunda dose e
convocando para comparecer aos postos”, explicou, ao se referir ao plano
como uma estratégia para as faltosas.
O SUS oferece a vacina quadrivalente, que protege contra quatro subtipos
do vírus (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia. Os subtipos 16 e 18 são
responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero em
todo mundo e os subtipos 6 e 11 por 90% das verrugas anogenitais.
Tomar a vacina na adolescência, segundo a pasta, é o primeiro de uma
série de cuidados que a mulher deve adotar para a prevenção do HPV e do
câncer de colo de útero. A imunização não substitui a realização do
exame preventivo nem o uso do preservativo nas relações sexuais. A
orientação é que mulheres de 25 a 64 anos façam o exame preventivo
conhecido como papanicolau a cada três anos.
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosas
infectadas por meio de relação sexual. Ele também pode ser transmitido
da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização
Mundial da Saúde indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são
portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18.
Em relação ao câncer de colo de útero, estudos mostram que 270 mil
mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto
Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos no Brasil.