Foto: G1 |
Resgatada
há três anos pela polícia em uma comunidade do Norte do país, a dona de
casa Júlia Pinheiro Chagas tem seis filhos, frutos de uma relação
incestuosa que manteve por anos com seu pai, João das Chagas Ribeiro
Mourão, 66.
Há dois anos, ele cumpre sentença no regime fechado pelos crimes de estupro, atentado ao pudor, sequestro, constrangimento à mulher e crimes contra a assistência familiar, configurado pelo abandono intelectual.
Há dois anos, ele cumpre sentença no regime fechado pelos crimes de estupro, atentado ao pudor, sequestro, constrangimento à mulher e crimes contra a assistência familiar, configurado pelo abandono intelectual.
Júlia vive com a
ajuda de Aluguel Social, oferecido pela prefeitura da cidade em que vive
com os seis filhos. Em entrevista ao G1 Acre, a dona de casa contou que
engravidou oito vezes do pai. " “Eu engravidei oito vezes, mas os dois
mais velhos morreram. Eu não sabia que era errado, não entendia nada
disso. Só percebi que tinha algum problema quando meus filhos começaram a
ter deficiência, sabia que eles não eram normais”, contou.
Deficiência
motora, descamação na pele e muitos transtornos de sociabilidade afetam
as crianças, que têm entre onze e cinco anos de idade. De acordo com a
mãe delas, o pai/avô costumava agredi-las e, por isso, as crianças não
demonstram saudade dele, que nunca recebeu uma visita no presídio onde
encontra-se custodiado.
"Eu penso em
procurá-lo para que ele possa ver as crianças, porque quando ele foi
preso, nossos filhos eram todos bem pequenos. Tive muita raiva dele, mas
agora estou tentando esquecer. Posso até perdoar, porque quem quer o
perdão, perdoa", desabafou.
Em
entrevista ao G1 Acre, ela contou ainda que enquanto viveu com o pai não
manteve contato com ninguém e também não contava às outras pessoas que
ele era seu pai, a pedido dele.
Outro lado
De
acordo com o produtor rural João das Chagas Ribeiro Mourão, Júlia não é
sua filha de sangue. A informação teria sido dada pela mãe da mulher,
que à época informou que o pai de Júlia morava em outra cidade.
Mesmo
com a alegação, não há documentos que provem que não há ligação
sanguínea entre os dois. Desde o acontecido, Júlia não tem mais contato
com a mãe e nem sabe se ela está viva. Segundo a Delegacia da Mulher,
que presidiu o inquérito, o endereço da mãe de Júlia está registrado
como indeterminado.
João conta que
passou a se interessar pela filha quando ela tinha 20 anos. Porém, ele
alega que os anos vividos com a filha foram com o consentimento dela. “A
culpa que eu tenho, ela tem também", afirmou. Ele alega que não sabia
que era errado viver maritalmente com a própria filha e ressalta ainda
que casos assim eram comuns no seringal onde eles moravam.
O
produtor rural cumpre uma sentença de 22 anos de prisão e para poder
passar para o regime semiaberto, deve ficar oito anos e oito meses no
fechado.
Fonte: Correio 24Hs