Foto: Reprodução | Enseada |
A empresa Sete Brasil deve R$ 900 milhões ao Estaleiro
Enseada Paraguaçu, em construção na região de Maragogipe.
O atraso no pagamento
é um dos fatores que levaram à suspensão dos trabalhos no estaleiro. Segundo
estudo apresentado na tarde desta segunda-feira (25) na Federação das
Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), ainda corrobora com a crise no fluxo de
caixa da obra a falta de repasse, por parte do Banco do Brasil e da Caixa
Econômica Federal, de R$ 600 milhões já autorizados pela Marinha Mercante.
“A
justificativa que nos dão é que esses financiamentos estão atrelados ao
programa de construção de sondas, e é uma resposta que pra nós não satisfaz.
Até porque o estaleiro está praticamente pronto, a gente está desenvolvendo
plano alternativo para construir quatro sondas, e, além disso, o acionista
controlador já ofereceu pacote de garantias adicionalmente ao que já estava
negociado”, explicou o presidente do Enseada, Fernando Barbosa.
Fernando Barbosa, presidente do Estaleiro Enseada (Foto: Camila Souza/GOVBA) |
Apesar do
elevado valor a receber, a principal questão do estaleiro, de acordo com
Barbosa, é a ratificação contratual com a Petrobras. Na análise do gestor, a
partir do momento em que a petrolífera disser que os contratos já assinados
continuam válidos, “automaticamente vão ser tomadas as providências para que
saia os financiamentos e atraia investidores.”
O estaleiro tem trabalhado um plano
alternativo, através dos acionistas Odebrecht e Kawasaki, de implementar
parcialmente financiamento de bancos japoneses para a construção de quatro
navios-sonda. Atualmente, o Estaleiro Enseada Paraguaçu produz apenas para duas
empresas – a Petrobras e a Sete Brasil.
Questionado sobre a possibilidade de
expandir a cartela de clientes, Barbosa disse que primeiro é preciso ter o
estaleiro pronto. “Do jeito que está, com 82% e uma obra parada, é mais difícil
para a gente. Isso, inclusive, é um motivo a mais para que se libere os R$ 600
milhões: ter estaleiro pronto e ir para o mercado internacional”, justificou,
sugerindo como possível prospecção os mercados africano e mexicano.
Conforme
estudo apresentado a deputados federais e senadores baianos, o estaleiro
deveria ter 89% de avanço físico. No momento de pico, cerca de 7,3 mil pessoas
foram empregadas no canteiro de obras do estaleiro, com 87% da mão-de-obra
dividida entre moradores de Salinas da Margarida, Maragogipe, Salvador, Nazaré,
São Roque do Paraguaçu, Muritiba, Paulo Afonso, Santo Antônio de Jesus, Vera
Cruz e Jaguaripe.
Fonte: BN
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