Foto: Ilustrativa |
O governo apresentou uma proposta de reajuste salarial com base nas
expectativas do mercado financeiro que constam no relatório Focus, do
Banco Central.
Nesta quinta-feira (25) houve uma nova reunião entre as
partes, mas não houve definição sobre o assunto. Um novo encontro está
marcado para 7 de julho.
No encontro de hoje, os servidores não ficaram
totalmente satisfeitos com as propostas do governo. Os servidores tinham
pedido 27,3% de reajuste para 2016, mas o governo colocou sobre a mesa o
porcentual de 21,3%, escalonado pelos próximos quatro anos. A sugestão
do governo é de reajuste de 5,5% em 2016; 5% em 2017; 4,75% em 2018 e
4,5% em 2019. Para isso, levou em conta a pesquisa Focus que, para esses
anos, contém estimativa para o IPCA de, respectivamente, 5,5%; 4,8%;
4,5% e 4,5%. O último acordo foi firmado em 2012, quando as categorias
receberam 15,8% de reajuste distribuído nos anos de 2013, 2014 e
2015.
"Não dá para ignorar que nossa política (de reajuste) faz parte da
estratégia de combate à inflação, que a política econômica está usando.
Não podemos perder o controle fiscal e isso inclui a folha de
pagamentos", afirmou o secretário de Relações de Trabalho do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, acrescentando que
essa é a terceira maior despesa da União, perdendo apenas para a
Previdência e para o pagamento de juros, que é variável.
Mendonça disse
que tinha a intenção de fechar o acordo ainda hoje, mas evitou deixar
brecha sobre alguma possibilidade de o governo alterar a sua oferta.
"Claro que tem o aval do Levy (Joaquim Levy, ministro da Fazenda), é uma
proposta do governo federal", disse. O governo, inclusive, considera
que a proposta de um acordo em quatro anos é inédita e representa um
aprimoramento das negociações salariais.
O secretário explicou que a
reunião de hoje está no contexto das negociações que começaram em 20 de
março. Ele relatou que houve, em maio, 54 reuniões com as entidades
sindicais, com compromisso de retomar em junho os debates com uma
proposta salarial. É o que está sendo feito agora.
"Evidentemente que
tem reações. É uma etapa das negociações. Se for possível e der tudo
certo, terminaremos em julho", avaliou. Mendonça explicou que o governo,
ao considerar se há ou não perdas para os servidores, observa uma série
histórica que vem desde 2003.
"Olhamos para um horizonte mais longo e
não enxergamos as perdas que eles apontam agora. Nossa referência é mais
para trás", disse. Segundo ele, a oferta feita hoje considera a
inflação futura, admitindo que são expectativas expressas no boletim
Focus.
"Não tem proposta de indexação baseada na inflação. Se a inflação
for maior, não tem como", enfatizou. Mendonça argumentou que também foi
levada em considerada a perspectiva de crescimento do PIB, de 1% real
em 2016 e 1,9% em 2017; 2,4% em 2018 e em 2019.
Os sindicalistas saíram
do encontro acusando que as negociações não avançaram porque o
secretário só quer discutir mudanças nos benefícios depois que o
reajuste salarial tiver sido fechado entre as partes.
"Isso não foi
imposto. Esta parte dos salários é a que tem maior impacto. Não está
descartada a ideia de se discutir benefícios, mas não dá para discutir
isso sem saber a hipótese de reajuste salarial. Não é que tenha
imposição", argumentou Mendonça. O governo trabalha com a estimativa de
R$ 1,2 bilhão de despesas com três grandes benefícios (auxílio
alimentação, auxílio creche e auxílio médico) de 2013 a 2015.
Mendonça explicou que a proposta que está em discussão vale apenas para os servidores civis do Poder Executivo. Mas lembrou que quando feita a conta incluindo os militares das Forças Armadas e salários do Legislativo e do Judiciário, a folha de pagamento prevista em relação ao PIB chega a 4,2% em 2016, 4,2% em 2017 e 4,1% em 2018 e 2019.
Mendonça explicou que a proposta que está em discussão vale apenas para os servidores civis do Poder Executivo. Mas lembrou que quando feita a conta incluindo os militares das Forças Armadas e salários do Legislativo e do Judiciário, a folha de pagamento prevista em relação ao PIB chega a 4,2% em 2016, 4,2% em 2017 e 4,1% em 2018 e 2019.
Fonte: BN