MURITIBA: Prefeitura sabia do risco de desabamento do imóvel que desmoronou domingo (07)

Ponto comercial que desabou | Fotos: WhatsApp
A redação do Diário da Notícia recebeu uma cópia do ofício de solicitação (veja abaixo), registrado como recebido no dia 08/04/2014 pelo gabinete do Prefeito de Muritiba, Roque Luiz Dias dos Santos (Roque Isquem), dos proprietários do imóvel que desabou no último domingo (07/06) na Praça Clementino Fraga, Centro, pedindo uma intervenção que evitasse a tragédia.

A solicitação foi emitida para a prefeitura informando sobre a necessidade de intervenção no imóvel abandonado de propriedade de Miguelita Paixão de Souza, imóvel este vizinho ao que desabou e há muito tempo está em ruínas, sem paredes. Pois os proprietários do imóvel que desabou, Braulio Brito da Cruz e Rita de Cássia Braga da Silva, já haviam muitas vezes pedido a srª Miguelita que deixassem pelo menos eles, sem custo nenhum para ela, rebocar a parte externa da parede, dentro do terreno baldio para evitar infiltrações. Mas, segundo os denunciantes, Miguelita foi irredutível o tempo inteiro e não permitia qualquer intervenção: nem capinar o terreno para evitar proliferação de insetos - mosquitos, além de ratos e baratas - muito menos reforçar a parede.

Segundo Rita de Cássia, em entrevista a Rádio Muritiba FM, a prefeitura poderia ter interferido no descaso da proprietária do imóvel em ruínas.

“Eu sou ex-funcionária da prefeitura, já trabalhei no Setor de Tributos do município, fui Chefe do Setor e sei que tem um mecanismo que a prefeitura poderia ter usado. Seria acionar a proprietária para saber qual o interesse dela, o que ela queria fazer no terreno baldio, e caso a mesma não demonstrasse interesse, existe a questão do IPTU progressivo - tudo através da lei - que vai cobrando um valor e na medida em que a pessoa não toma providências o valor vai dobrando até o proprietário sentir realmente que ele é obrigado a fazer alguma coisa no imóvel, se não sofre sanções judiciais. Eu não sei se mudou alguma coisa, só sei que infelizmente nenhuma medida foi adotada. Foi uma tragédia anunciada,” afirma Rita.

 

Rita de Cássia ainda informou que procurou o prefeito diversas vezes, mas não obteve respostas. "Uma vez o prefeito estava sendo entrevistado em outra emissora, eu liguei perguntando quais as providências seriam tomadas e ele me disse que até o mês de novembro de 2014 todas as medidas seriam adotadas, mas, nada foi feito."

Questionada por que a srª Miguelita não fez nada para evitar (vender ou reformar o imóvel em ruínas), a srª Rita de Cássia disse: “É inacreditável que uma pessoa, um ser humano possa ficar cometendo um delito tão grande deste. Existem informações que há sete anos atrás, um empresário ofereceu a ela 100 mil reais pelo imóvel e ela respondeu que não tinha placa de venda. É uma pessoa muito difícil. Na segunda feira [08/06/15] uma parede de um outro imóvel dela também desabou ao lado da sede da Lira Popular Muritibana na Rua Júlio Borges - a perícia técnica também foi lá. O pessoal da Lira já procurou a srª Miguelita, mas, ela diz que não vai fazer e não vai deixar ninguém fazer nada. Nós procuramos todos os meios legais para que evitasse uma tragédia desta;” lamenta.

O imóvel desabou no último domingo a tarde por volta das 17:40hs e como é um dia sem movimento não tinha ninguém no estabelecimento comercial no momento. Portanto, não houve vítimas, somente prejuízos financeiros.

A perícia técnica da Polícia Civil de Santo Antônio de Jesus esteve no local e Rita afirma que a câmera de segurança da loja registrou o momento em que a parede que estava ao lado do imóvel em ruínas desaba, projetando todo o telhado para o lado oposto chegando a afetar a casa vizinha. 

“Tinha duas crianças momentos antes do desabamento brincando na garagem da casa vizinha, mas elas saíram antes e não foram atingidas. Graças a Deus! Nós temos que ajoelhar a Jesus e agradecer, porque diante do tamanho da tragédia ninguém foi atingido, Deus é bom.” Finaliza.

Entramos em contato com o prefeito de Muritiba através da sua assessoria de comunicação, mas, até o momento do fechamento desta matéria não obtivemos respostas. 

Veja o ofício emitido à prefeitura:

Diário da Notícia
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