Foto: Paula Ferreira |
Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiram,
nesta terça-feira, em assembleia, sair da greve discente que durou mais de cem
dias. Ao contrário da última reunião, não houve necessidade de contagem de
votos e a decisão foi feita por contraste. Os alunos conseguiram um acordo com
a reitoria para priorização de verbas para a assistência estudantil mas
permaneciam em greve como forma de luta para conseguir mais verbas para a
instituição. É a segunda categoria da UFRJ que decide deixar as paralisações, a
primeira foi a de professores.
Porém, os
técnico-administrativos, também em assembleia realizada nesta terça-feira,
decidiram por unanimidade— com apenas uma abstenção— manter a paralisação que
já dura cerca de 100 dias.
Após uma ampla discussão sobre o “fôlego” para continuar a greve, os
servidores decidiram aceitar que a Federação de Sindicatos dos Trabalhadores
Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil
(Fasubra) envie contraproposta ao Governo sugerindo um aumento de 15% dividido
em dois anos, sendo 9,5% em 2016 e 5,5% em 2017.
A proposta do sindicato nacional é uma resposta aos
21,3% divididos em quatro anos propostos anteriormente pelo Ministério da
Educação (MEC). Inicialmente, os funcionários reivindicavam um aumento de 27,3%
em um ano.
— A nossa greve está inserida em um contexto de
crise política e econômica. Uma tensão social no país, onde governo através de
seus compromissos com a classe dominante precisa aplicar um ajuste fiscal para
garantir a própria governabilidade, isso significa que se ele tiver que se
desgastar com o funcionalismo público que está em greve, ele vai fazer isso—
avaliou o coordenador geral da Fasubra, Gibran Jordão— A outra proposta do
governo continua insuficiente e queremos usar o fôlego que a greve ainda tem
para melhorá-la. A nossa contraproposta não é aquela inicial, mas como o
governo recuou de lá, demos uma recuada de cá para tentar uma síntese que dê
ganhos aos trabalhadores.
A Fasubra volta a se reunir com o Ministério do
Planejamento nesta quinta-feira para discutir a contraproposta. Uma nova
assembleia dos técnicos-administrativos está prevista para a próxima
terça-feira, quando avaliarão novamente se continuam ou não na greve. Nesta
quarta-feira, os funcionários farão um ato durante o Conselho de Ensino e
Graduação (CEG) da UFRJ, que discutirá o novo calendário acadêmico da
instituição.
Fonte: O
Globo