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Feira de Santana corre o risco de perder o campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que funciona provisoriamente na área do Serviço de Integração de Migrantes (SIM),
no bairro SIM.
De acordo com a diretora da instituição de ensino em
Feira, Susana Pimentel, logo após o fim da greve, será lançado um novo
edital para doação de terreno, onde deverá ser construído o campus, o
qual abre a possibilidade para doadores de outros municípios
apresentarem suas propostas.
“O gabinete do reitor no mês de julho constituiu uma portaria com uma
comissão composta por docentes da universidade, por técnicos, que vão
elaborar o próximo edital público para doação de terreno à UFRB. O
próximo edital levanta critérios para pontuação desses terrenos, para
que possam ser selecionados. E existe a possibilidade de que
concorrentes diversos possam participar”, explicou Susana Pimentel.
No entanto, a diretora ressalta que a universidade priorizará o
município de Feira de Santana, uma vez que foi pactuado com o Ministério
da Educação (MEC) que o campus tivesse sede aqui.
“Os critérios da universidade priorizarão o município de Feira de
Santana. Nós acreditamos que vai haver possíveis doadores, para que
Feira de Santana tenha aquilo que ela merece, que é uma grande
universidade federal, que atenda tanto Feira quanto os territórios
circunvizinhos. Nós não gostaríamos de pensar que Feira pode perder o
campus da universidade. Essa é a nossa expectativa”, afirmou.
Ainda de acordo com Susana Pimentel, a universidade não possui recursos
para compra de um terreno, mas sim para construção do campus. Ela
informa que o local atenderá à demanda de alunos somente até 2016, uma
vez que em 2017 serão implantados novos cursos. Atualmente há dois
cursos funcionando: de Educação no Campo, com licenciatura em Matemática
e Ciências Naturais e o curso de Bacharelado Interdisciplinar em
Energia e Sustentabilidade.
“A partir de 2017 teremos o Bacharelado em Engenharia e Energia,
Engenharia em Tecnologia, Engenharia de Produção, Engenharia de
Materiais, e o curso de Arquitetura. Esse espaço nos comporta até o
final de 2016. Então precisamos que no início de 2016 a gente comece a
construção do novo campus”, informou.
Sugestão
Preocupados com a situação da UFRB em Feira, representantes da
universidade e do Instituto Pensar Feira se reuniram esta semana para
discutir a questão. No encontro, foram sugeridas como possibilidades de
avaliação as áreas das fazendas do ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá e do
ex-governador João Durval Carneiro.
Segundo o presidente do Pensar Feira, empresário Edson Piaggio, a
proposta deverá ser feita aos proprietários dos terrenos. Caso tenham
interesse, poderão participar da concorrência pública a ser lançada.
“O instituto está interessado na implantação do campus, pois isso está
dentro do que imaginou para a construção do futuro da cidade. E o
instituto está se colocando à disposição da universidade, quanto àquilo
que pode contribuir como organização parte da sociedade civil
organizada”, pontuou Edson Piaggio.
A diretora do Campus da UFRB também destacou o apoio do Instituto
Pensar Feira para que a UFRB possa ter seu campus de forma definitiva.
“Com certeza o apoio da sociedade civil é muito importante para que nós
possamos construir em Feira o campus da universidade federal que nós
queremos”, disse Susana Pimentel.
Interesses políticos
O professor Evandro Oliveira, que também faz parte do Pensar Feira,
afirmou que está existindo uma briga política entre os governos
municipal e estadual quanto à implantação da UFRB em Feira.
“É uma pena e aí vai uma crítica: Feira pode estar perdendo o campus da
universidade porque há uma briga política entre os governos municipal e
estadual, um porque no convênio teria que dar o terreno e o outro teria
que dar a estrutura. E eu faço parte de um grupo que conseguiu três
terrenos de feirenses, mas o estado fica a pé por questão de falta de
estrutura. A principal coisa para qualquer nação, cidade e estado é a
educação. As outras coisas vêm a debalde. Tudo o que é importante vem
depois da educação”, opinou.
Fonte: Ed Santos e Ney Silva do Acorda Cidade