A Bovespa opera em forte baixa nesta terça-feira (13),
seguindo o enfraquecimento dos mercados externos, enquanto permanece conturbado
o quadro político no Brasil em meio a expectativas relacionadas a pedidos de
abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
A queda desta terça ocorre após o índice fechar em
alta nove vezes seguidas e, na semana passada, registrar avanço de quase 5%.
Às 16h07, o Ibovespa, principal indicador da bolsa
paulista, caía 3,90%, a 47.413 pontos. Perto do mesmo horário, os papéis da Vale estavam entre as principais baixas do
dia, com as ações ordinárias (que dão ao acionista direito a voto nas ações da
empresa) despencando mais de 9%. Já as preferenciais (que dão preferência na
distribuição de dividendos) caíam mais de 7%.
A Petrobras perdia perto de 7%. No setor de
bancos, Bradesco caía mais de 5% nas ordinárias e de 6% nas preferenciais. Itaú
tinha baixa de quase 6% e Banco do Brasil, mais de 7%.
O noticiário externo do dia reforçou a pressão de baixa, com a queda acima do esperado nas importações pela China acentuando as preocupações sobre a desaceleração do crescimento global.
Expectativas relacionadas a pedidos de abertura de processo de impeachment
contra a presidente Dilma Rousseff também reforçam nesta terça a tendência de alta do dólar, já
pressionado pelo cenário externo com preocupações sobre a China.
Às 16h25, a moeda norte-americana subia 3,23%, cotada a R$ 3,8801 para venda. "A semana passada foi bastante positiva nos mercados externos, mas o humor
virou hoje com os dados da China", disse à Reuters o operador de uma
corretora nacional, sob condição de anonimato, acrescentando que "a
questão do impeachment vai ser o grande tema desta semana".
Uma queda mais forte nas importações da China, importante referência para investidores em mercados emergentes, em setembro deixou economistas divididos sobre a performance do setor comercial do país, apesar de as exportações terem caído menos que o esperado.
O cenário político conturbado no Brasil também pressionava o câmbio. Segundo
notícias veiculadas na imprensa brasileira, a oposição deve apresentar nesta
terça-feira aditamento ao pedido de impeachment de Dilma para acrescentar
argumento de que o governo manteve neste ano as chamadas pedaladas fiscais que
levaram à reprovação das contas de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu uma nova decisão
liminar(provisória) nesta terça para suspender o rito definido pelo
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para dar andamento aos pedidos
de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff pendentes de análise no
Legislativo.
Mais cedo, Weber e Teori Zavascki já haviam concedido outras duas liminares, a
pedido de parlamentares governistas, que impediam o andamento dos processos com
base no rito definido por Cunha no final de setembro.
Na véspera, a Bovespa não funcionou por feriado nacional, enquanto em Wall
Street os papéis de companhias brasileiras registraram quedas razoáveis,
pesando no Ibovespa nesta sessão.
Na sexta-feira, a Bolsa avançou 0,47%, a 49.338 pontos. Foi a nona alta seguida do índice, na maior série de ganhos desde agosto de 2013. Nessa sequência, a bolsa subiu 12%.
Na semana, a bolsa subiu 4,9% e no mês de outubro,
9,4%. Em 2015, no entanto, o índice acumula perda de 1,33%.
Fonte: G1