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Uma medida para garantir
a segurança dos alunos. Essa é a justificativa do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) para impedir que estudantes dos
cursos de graduação tenham acesso à Instituição com roupas “inapropriadas”.
Segundo denúncias de alunos de graduação do Ifba, nas últimas três semanas, os
seguranças que ficam na entrada do Campus do Barbalho, em Salvador, estão
proibindo a entrada de alunos trajados de forma não “condizente com uma
repartição pública”.
O problema, segundo
relatos de estudantes ao iBahia, é que no manual do aluno de graduação não há
restrições ao traje e a nova medida não foi divulgada nem repassada por e-mail
aos alunos. Além da falta de comunicação, o problema se torna maior quando os
critérios adotados às mulheres não são os mesmos cobrados em relação ao dos
homens. “Teve mulheres que
chegaram a serem retiradas da sala. Já ontem um colega homem estava de short e
sandália e disse que não passou por nenhuma situação. O short era aqueles de
pegar ‘baba’ e ele realmente estava vestido bem inapropriado”, contou um
estudante, que prefere que o nome não seja identificado. Em contrapartida,
mulheres são barradas na portaria da Instituição mesmo com roupas mais
cumpridas e menos expostas.
“Têm umas duas semanas
que fui parada na hora que estava entrando na faculdade e o homem disse que eu
não estava com vestimenta adequada para entrar na Instituição. Eu estava de
vestido de manga, gola fechada, e cumprimento acima do joelho”, relata uma
estudante de Engenharia Mecânica. A jovem de 24 anos conta que, após questionar
os seguranças com o manual do aluno, os rapazes responderam: “Isso é para a
segurança de vocês meninas”.
Nas redes sociais,
alunos relataram casos em que foram barrados na entrada da faculdade por conta
de detalhes mínimos, como o caso de uma jovem que estava trajando uma blusa de
alça. ”Ontem fui para a faculdade e, para a minha surpresa, porteiros do Ifba
queriam impedir a minha entrada com o seguinte argumento: ‘você não pode entrar
aqui mostrando esses braços assim...’”, relatou a estudante.
Entre os casos
relatados, duas estudantes não conseguiram apresentar um seminário para a
matéria de filosofia após serem impedidas de entrarem na faculdade por conta
das roupas. “A culpa da falta de segurança é do meu short. Ok”, ironizou uma
aluna. O iBahia entrou em contato com a instituição que se comprometeu em
analisar a denúncia e responder após o feriado do servidor público, comemorado
nesta quarta-feira (28).
Fonte: Correio 24h