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O atendimento do Hospital Regional de
Santo Antônio de Jesus (HRSAJ), no Recôncavo baiano, foi suspenso a
partir desta quinta-feira (1º) após os médicos deflagrarem greve.
Segundo Manoel Missionário, vice-presidente do conselho do hospital, o
grupo está com o salário atrasado há três meses por falta de repasses do
governo do Estado.
“Quem administra o hospital é o Instituto Fernando
Filgueiras (IFF), que tem contrato com o governo. Mas tem meses que o
Estado não faz esse repasse e o instituto não tem condições de arcar com
as despesas”, contou Missionário.
Ao Bahia
Notícias, ele explicou que os médicos fizeram uma reunião com o
sindicato na terça-feira (29), quando decidiram deflagrar a greve. Na
unidade, serão atendidos apenas os chamados “casos vermelhos”, como
feridos a tiro ou esfaqueados. “Ficou certo que eles só atenderiam os
casos gravíssimos, quem chega para morrer”, afirmou o presidente do
conselho. A folha de pagamento do HRSAJ é de cerca de R$ 3 milhões e o
atraso no repasse teria afetado também os fornecedores, como os de
medicamentos.
O hospital atende à cerca de 30
municípios da região do Recôncavo, o que, segundo Missionário,
corresponde a uma população de 850 mil pessoas. A situação foi
denunciada pelo deputado estadual Alan Sanches (PSD), que visitou a
unidade hospitalar nesta quinta. “Eu vejo o governo do Estado abrindo
licitação para hospital em Juazeiro, em Alagoinhas... Como é que ele
abre outros serviços, mas não honra com os compromissos firmados? Não
tem instituição que aguente um calote desse”, alertou.
Questionada
pelo Bahia Notícias, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) não
informou se realmente há atrasos nos repasses nem se houve tentativa de
negociação com a categoria. Em nota, o órgão afirmou apenas que os
pacientes foram atendidos normalmente, utilizando-se o sistema de
classificação de risco. No texto, a Sesab informa que o diretor do
Instituto Fernando Filgueiras pediu demissão e outro já assumiu o cargo,
dando continuidade ao atendimento. O IFF não foi encontrado para
comentar o caso.