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O Hospital da Mulher, em Feira de Santana, registrou nessa quinta-feira (19) o primeiro nascimento de bebê com microcefalia. A mãe da criança, que não é do município de Feira, relatou que teve o Zika Vírus durante o sexto mês de gestação e uma equipe do Hospital da Mulher, em parceria com a Vigilância Epidemiológica, investigam se o Zika pode ter provocado a microcefalia na criança.
A presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, Gilberte Lucas, explicou que a microcefalia é uma condição neurológica rara, em que a cabeça do recém-nascido fica menor do que o normal. “A paciente chegou ao Hospital da Mulher já com os exames que detectaram a microcefalia. Ela relatou que no sexto mês de gravidez apresentou o Zika Vírus, mas a gente ainda não tem a confirmação que a microcefalia ocorreu por causa do Zika. Pode ter sido por outras causas”, afirmou.
De acordo com Gilberte, a paciente que deu à luz o bebê com microcefalia teve um parto cesárea, mas de nove meses. Segundo a presidente da Fundação, o bebê não precisou de cuidados intensivos e já está na enfermaria junto com a mãe. Os dois passam bem.
“O bebê está sendo acompanhado por profissionais, já que a gente sabe que a microcefalia pode causar uma lentidão, então a criança pode ter dificuldade para mamar. Também estamos fazendo o encaminhamento para o neuropediatra para acompanhar esse recém-nascido, além da parte psicológica da mãe”, informou.
Pediatra explica sobre a doença
O pediatra Márcio Marcelo explicou mais sobre a doença ao Acorda Cidade. De acordo com ele, quando os bebês nascem, é feita a medição e a pesagem e existem valores padrões. Quando algo está diferente do considerado padrão, os médicos pesquisam para saber o que está ocorrendo. No caso da microcefalia, o perímetro encefálico é menor do que o considerado padrão, ou seja, menor do que 33 centímetros, segundo explicou o pediatra.
Segundo ele, várias situações podem levar à microcefalia, por isso o pré-natal é muito importante para que as doenças sejam identificadas e as intervenções feitas, dentro do possível. Márcio Marcelo lembra que atualmente está se noticiando a associação da microcefalia com as viroses causadas pelo mosquito aedes aegypti, principalmente o Zika Virus. Ele afirma que é uma suspeita, mas que tem grande probabilidade de ser verdade.
O pediatra Márcio Marcelo explicou ainda que quando a criança nasce com a microcefalia, a cabeça continua pequena, conforme o desenvolvimento e, independente da causa, a criança vai continuar micro encefálica para o resto da vida, trazendo consequências para a fala, para a parte motora, entre outras.
Márcio Marcelo destaca os cuidados que a gestante deve ter. Segundo ele, a prevenção é o melhor caminho, apesar de ser um pouco difícil. “A mulher deve usar repelentes naturais, colocar telas nas janelas de casa para evitar que o mosquito entre, evitar água parada, entre outros cuidados. Se a mulher apresentar durante a gestação os sintomas de dengue, zika ou chikungunya, ela deve buscar assistência médica”, afirmou.
Parto a termo
O médico pediatra Márcio Marcelo ainda explicou o que é o parto a termo. “É aquele onde o bebê chega com a idade gestacional de 40 até 42 semanas. O bebê vai ter o peso adequado, maior que 2 quilos e 500 gramas, dentro do que a gente preconiza”, informou.
De acordo com ele, o parto a termo é indicado por reações fisiológicas da mulher. “Ela vai iniciar o trabalho de parto, que são as contrações, as dores. Se ela estiver no tempo correspondente para o nascimento, o parto vai evoluir. Isso vai depender se a mulher está no primeiro parto. De acordo com isso, o organismo responde de forma diferente. A mãe de primeiro parto geralmente demora até 18 horas para o bebê nascer. A partir do terceiro parto em diante, o trabalho evolui muito mais rápido”, explicou.
Fonte: iBahia