Pai de menino que morreu ao cair de edifício em Brotas saiu para ir ao hospital, diz tio

Imagem: Amanda Palma
Cristiano Gouveia, tio do menino Guilherme Oliveira Yokoshiro, 5 anos, que morreu nesta terça-feira (24) depois de cair do 6º andar do prédio em que morava, em Brotas, disse que o pai do garoto saiu na madrugada para ir a uma emergência médica. Segundo Cristiano, o engenheiro Rafael Yokoshiro, 30 anos, teria ido a um hospital depois de sentir dores na perna. Ele não disse em qual unidade médica o engenheiro foi atendido.
"Rafael está muito triste, abalado e confuso. Não havia problema entre eles. É algo muito insólito", disse Cristiano, primo da enfermeira Carla Verena Oliveira, 33 anos, mãe de Guilherme.
Segundo a delegada titular da 6ª Delegacia (Brotas), Maria Dail, o pai do garoto passou cerca de duas horas fora de casa e que a criança deve ter caído no período em que estava sozinho. “Por volta de 1h42, ele sai tranquilo, de bermuda e boné. A gente vê ele saindo com o carro. E depois a gente vê ele voltando, por volta das 3h40. Calcula-se que a criança caiu por volta das 3h, 3h30, pouco antes de ele (o pai) chegar em casa”, afirmou.
De acordo com a delegada, a queda do menino pela janela de um quarto, que teve a tela de proteção cortada, pode ter sido um acidente. “As imagens mostram quando ele chega em casa, no elevador, e cerca de dois minutos depois, ele volta depressa, desesperado, provavelmente quando ele viu o corpo da criança lá embaixo. A gente está tentando aperfeiçoar a imagem do parquinho que, infelizmente, não está boa”, disse a delegada.
Após descer, segundo a delegada, as imagens mostram Rafael voltando com o corpo para casa. É nesse momento que os vizinhos se mobilizam e ligam para a polícia e para o Samu. “Com os gritos do pai, os vizinhos chamam a polícia e o Samu por volta das 4h. A mãe só chega com uma amiga desesperada, mais de 4h. Os vizinhos dizem que eles ficaram trancados no apartamento por alguns minutos”, disse a delegada.
Depoimento

Até o momento, nenhum familiar foi ouvido, apenas funcionários do prédio e vizinhos, entre eles, uma moradora que ouviu os gritos do pai e ainda avistou o corpo da criança no parquinho. O pai do garoto ainda não foi ouvido pela polícia e a expectativa é de que o depoimento dele seja colhido após o sepultamento de Guilherme, marcado para as 16h30, no cemitério Jardim da Saudade.

“Eu não estive com ele pessoalmente, mas a minha colega, a doutora Elaine (que fez o levantamento cadavérico) me disse que ele estava muito abalado e não conseguiu falar. Apenas repetia que o filho morreu. Agora está na casa de uma parente, descansando, mas deve ser ouvido ainda hoje”, garantiu Maria Dail.
A delegada disse ainda que Guilherme pode ter ficado nervoso ao perceber que estava em casa sozinho e ter cortado a rede de proteção com uma tesoura escolar que foi encontrada no quarto de onde ele teria caído. Rafael e o filho dormiam juntos no quarto do casal, antes de o pai sair de casa. A cama fica próxima à janela onde a rede de proteção foi cortada.  A tesoura encontrada no quarto foi levada para perícia.
Ainda de acordo com a polícia, o corpo não apresentava lesões e nenhum vizinho ouviu choro de criança antes do acidente, nem presenciou a queda.
Fonte: iBahia
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