Foto: Manu Dias/GOVBA |
Representantes
do governo estadual baiano e de cidades que tiveram índices preocupantes de
arboviroses (dengue, chikungunya e zika) se reuniram na manhã desta
quinta-feira (17) para discutir estratégias e protocolos para o combate do
mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão das doenças e que têm
relação com os casos de bebês que têm nascido com microcefalia. O encontro
ocorreu no auditório da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), no
Centro Administrativo.
O governador Rui Costa (PT) sinalizou que, a
partir dos próximos boletins epidemiológicos de notificações
de microcefalia, pretende divulgar o balanço de casos confirmados ou
descartados - e não somente o número de casos suspeitos, como ocorre até
então.
Para
essa confirmação, os prefeitos e secretários municipais de saúde receberam um
prazo de uma semana após a notificação para realizarem exames de diagnósticos,
como a ultrassonografia transfantanela (da moleira do bebê), para terem uma
pista se a má formação está associada a problemas neurológicos que vão
interferir na saúde do recém-nascido ou não.
“No (Hospital Geral) Menandro de Farias, em
Lauro de Freitas, por exemplo, tivemos quatro casos notificados e quando foram
feitos os exames complementares não se tratava de microcefalia. Ou seja, é bom
que se saiba desses casos não confirmados para cuidarmos de quem realmente está
com o problema”, ilustrou o governador.
O secretário estadual de Saúde, Fábio
Villas-Boas, pediu que os municípios se esforcem na contratação de
ultrassonografistas e no diagnóstico da má formação. Rui Costa prometeu que o
estado arcará com os gastos com a ultrassonografia transfontanela dos
municípios com população menor do que 100 mil habitantes - caso a cidade
não tenha como pagar os custos do exame. “Fora de Salvador (com mais da metade
das notificações), as cidades até então têm tido dois, quatro casos, Camaçari
tem oito. Então estamos falando de um número de exames que dá para ser
feito em uma semana pelo município”.
Especialistas na área de neuropediatra
apontam que não somente os exames ou a medição do perímetro cefálico são
determinantes para saber da saúde do bebê. Apenas um acompanhamento médico
multidisciplinar permite perceber se o bebê apresenta ou apresentará algum
retardo no desenvolvimento físico ou mental.
Rui pediu melhorias na qualidade das
notificações, com mais detalhes. Há mais de 60 notificações, segundo o
governador, que não foram informados o perímetro cefálico do bebê. O
diagnóstico é feito pelos médicos e são os municípios responsáveis pelo
controle dos casos e notificação nos sistemas de controle de saúde.
Fonte: Correio