Imagem: Lula Marques/Agência PT |
O Ministério Público (MP)
da Suíça afirmou que transferiu ao Brasil, "de forma definitiva",
todos os documentos e detalhes de contas bancárias encontradas em nome do
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Berna não especificou
quando essa transferência total teria ocorrido. Mas teria sido realizada
depois do dia 29, quando o último recurso foi negado aos advogados de Cunha na
Suíça.
Ele chegou a abrir um
processo na Justiça suíça para impedir o envio da documentação. Mas, em duas
instâncias diferentes, foi derrotado. "Uma queixa contra a transferência
do processo criminal ao Brasil foi rejeitada pelo Tribunal Penal Federação e
pela Suprema Corte Federal", indicou o MP. "Portanto, a
investigação criminal foi transferida de forma definitiva às autoridades
brasileiras", apontou a Procuradoria. "Nenhuma outra relação bancária
de E. Cunha na Suíça é conhecida pelo Escritório do procurador-geral",
completou. Na Suíça, papéis revelaram que Cunha mantinha contas com um valor
total de R$ 9,3 milhões, com a mulher e filha também como beneficiárias dos
ativos. Ele nega e aponta que era apenas usufrutuário dos valores.
De acordo com a revista
Época, delatores apontaram ainda à Procuradoria-Geral da República (PGR) que
Cunha cobrou propina para liberar dinheiro do Fundo de Investimento do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Em 36 depósitos, o presidente da
Câmara ele teria recebido R$ 52 milhões em bancos na Suíça e Israel. A
informação não foi comentada pelo MP em Berna. Os suíços, ainda assim,
confirmaram que abriram "um processo criminal contra Eduardo Cunha, com
base em suspeitas de lavagem de dinheiro, em sequência ampliada para corrupção
passiva". Os suíços voltaram a confirmar que, "em abril de 2015,
a Procuradoria recebeu um informe de lavagem de dinheiro de um banco
suíço". "Após a abertura do processo, os ativos de Eduardo Cunha
foram congelados", indicou o MP.
A Procuradoria também explicou o motivo pelo
qual optou por transferir o caso ao Brasil. "Como Eduardo Cunha é um
cidadão brasileiro, ele não pode ser extraditado para a Suíça", afirmou.
"Por esse motivo, a Procuradoria enviou um pedido de transferência do
processo contra E. Cunha ao Brasil com o objetivo de assegurar que a questão
seja investigada e julgada pelas autoridades judiciais brasileiras",
afirmou o MP do país.
Fonte: Bahia Notícias
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