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O diretor Spike Lee e a atriz
Jada Pinkett Smith anunciaram que não vão comparecer à cerimônia de entrega do
Oscar, em 28 de fevereiro, por conta da falta de atores negros entre os 20
indicados nas categorias de atuação, o que acontece pelo segundo ano
consecutivo.
"Como pode em dois anos
consecutivos todos os 20 indicados nas categorias de atuação serem brancos? E
nem vamos falar das outras categorias. Nós não podemos atuar? Que p... é
essa?", escreveu Lee, comentando o assunto. Lee ressaltou que faz seu
protesto sem desrespeitar o apresentador Chris Rock, e a presidente da
Academia, Chery Boone Isaacs, que são negros.
O desabafo continuou."Dr.
(Martin Luther) King disse: 'Chega um momento em que você deve tomar uma
posição que não é nem segura, política ou popular, mas deve tomá-la porque a
consciência lhe diz que está certa", escreveu o cineasta em seu Instagram.
Jada usou o Facebook para
também anunciar um boicote. Em um vídeo, ela falou do caso."Nós somos
dignos e poderosos, não vamos esquecer isso". O marido da atriz, Will
Smith, estava entre os cotados para ser indicado como melhor ator por "Um
Homem Entre Gigantes", mas acabou ficando de fora.
"Talvez seja a hora de
retiramos nossos recursos para colocá-los novamente em nossas comunidades, e
fazer programas que nos reconheçam de maneira mais apropriada, que são tão boas
quanto o chamado 'mainstream'", diz.
Outros atores negros cotados
para aparecerem entre os indicados ficaram de fora, como Michael B. Jordan
("Creed: Nascido para lutar"), Idris Elba ("Beasts of No
Nation") e Samuel L. Jackson ("Os Oito Odiados"). Depois do anúncio
das indicações, hashtag #OscarsStillSoWhite (Oscar ainda muito branco)
foi parar nos assuntos mais comentados.
A presidente da academia
comentou a polêmica na quinta-feira (14), dizendo que ficava desapontada com a
ausência de negros. "Claro que eu estou desapontada, mas isso não vai
tirar a grandeza dos filmes indicados. 2015 foi um grande ano para o cinema, em
todos os sentidos", afirmou.
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