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O Brasil teve, em 2015, um
"ano cruel" para a liberdade de imprensa, avalia a Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). A entidade divulgou um
relatório que mostra o País como o quinto mais arriscado do mundo para
jornalistas, somando 116 registros de violações como assassinatos, agressões,
ameaças e ofensas. Com oito mortes comprovadamente associadas ao exercício
da profissão jornalística - um jornalista, quatro radialistas e três blogueiros
-, o Brasil perde apenas para Síria, Iraque, México e França.
Está "ganhando" inclusive de países
que estão em guerra, como Iêmen e Sudão do Sul. Trata-se do pior desempenho em
23 anos. As violações ocorreram principalmente no Nordeste, com
profissionais de imprensa que cobriam, em geral, política e escândalos de
corrupção. Os agressores são, em primeiro lugar, os alvos da apuração
jornalística, seguidos por manifestantes e policiais - algo que preocupa a
Abert. "Os policiais têm como obrigação garantir a segurança do
profissional enquanto ele exerce seu trabalho. Quem tem como princípio levantar
informações para prestar serviço à sociedade não deveria ser alvo", afirma
o presidente da entidade, Daniel Slaviero.
O número de
jornalistas mortos tem aumentado de quatro anos para cá, passando de cinco em
2012/2013 para oito em 2015. "Estão tratando câmeras, máquinas
fotográficas e celulares como armas, o que é inadmissível", apontou
Slaviero. "Não é que jornalistas estejam acima de qualquer cidadão, mas
sempre que repórteres, fotógrafos e cinegrafistas são impedidos de trabalhar,
quem mais perde é a sociedade brasileira", completou.
Fonte: O Globo