Foto: Reprodução/Biblioteca Digital Luso-Brasileira | Reprodução da capa da edição de 1572 de Os Lusíadas, de Camões |
Conhecer o
acervo da Biblioteca Nacional de Portugal, incluindo originais da Torre do
Tombo, que guarda arquivos históricos das navegações e da chegada dos
portugueses ao Brasil, em Lisboa, já é possível sem precisar cruzar o Oceano
Atlântico.
Por meio de uma parceria com
a Biblioteca Nacional, o acervo das duas instituições está sendo digitalizado e
colocado à disposição do público na internet. São milhares de títulos dos dois
países, incluindo jornais e revistas, que podem ser acessados a qualquer hora
do dia, de qualquer lugar do mundo. A expectativa é atrair cerca de 100 mil
acessos por mês.
O material está reunido no portal Biblioteca DigitalLuso-Brasileira, disponível a partir de hoje (10), com mais de 2 milhões de
documentos, sob domínio público, de várias épocas e gêneros. Entre eles, a
primeira edição de Os Lusíadas, de Luís de Camões, de 1572, e a Carta de
Abertura dos Portos, de 1808, assinada pelo príncipe regente, Dom João de
Bragança, quatro dias após a chegada da família real à Salvador.
“É a primeira iniciativa a
reunir coleções de língua portuguesa, preservando o material – porque, no
momento que você digitaliza, você evita o manuseio do original – e o mais
importante, democratizando o acesso”, disse a coordenadora da biblioteca,
Angela Bettencourt.
O acervo da Biblioteca
Luso-Brasileira conta também com obras de 30 instituições de Portugal e mais 20
do Brasil, incluindo o Real Gabinete de Leitura, fundado por imigrantes
portugueses no Rio, em 1837. O prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio
Estadual.
Esta é a primeira vez que
bibliotecas de países de língua portuguesa se juntam para disponibilizar seus
acervos conjuntamente e buscam se igualar a outras iniciativas mundiais. Na
Europa, a Biblioteca Digital Europeia – Europeana, tem o maior acervo digital
do mundo, com mais de 53 milhões de títulos entre livros, desenhos, pinturas,
mapas, vídeos e fotos.
De acordo com a
coordenadora, o próximo passo é integrar acervos de países de língua portuguesa
de outros países e o primeiro deve ser Moçambique. “Eles já vieram aqui fazer
um estágio e, provavelmente, serão os primeiros a se juntar nesta iniciativa”.
A Biblioteca Digital Luso-Brasileira foi concebida em software livre.
Fonte: Agência Brasil