Foto: Reprodução | Bahia Econômica |
Por Sérgio Jones
Como é do conhecimento de
todos, se não é deveria ser, a introdução do BRT (Bus Rapid Transit), ou
Transporte Rápido por ônibus, é considerado como um sistema de transporte
coletivo de passageiros que proporciona mobilidade urbana rápida, confortável,
segura e eficiente por meio de infraestrutura segregada.
O
sistema BRT foi criado em 1974 pelo arquiteto e então prefeito de Curitiba
(PR), Jaime Lerner. A principal vantagem do modal foi a criação de linhas
exclusivas na superfície para a passagem de ônibus com bloqueio de vias
laterais, abertura de ruas de serviço, mudanças no trânsito e, nos casos em que
não foi possível evitar os cruzamentos, priorização da via exclusiva sobre as
demais, diferentemente do metrô que tem suas linhas construídas no subsolo.
O
grande questionamento a ser feito é a mudança que transformou a capital
paranaense em um sucesso urbano, renomado em todo mundo. Qual será o seu
impacto de um projeto que nos chega com um atraso de quase meio século? Que
tipo de BRT nos será legado pela atual “Administração Municipal”? Com certeza
não será um modelo tipo o BRT paranaense que surgiu com projetos sociais
inovadores, zonas de pedestres e espaços verdes.
Aqui, em nossa terrinha de
Lucas, presenciamos justamente ao contrário, destruição dos espaços verdes
existentes nas principais avenidas da cidade. Além do projeto ter um
aproveitamento de cunho eleitoreiro semelhante ao ocorrido em eleições
passadas. Podemos citar como caso específico a construção dos viadutos, que na
prática ficou evidenciado que não passa de inúteis monumentos erigidos em prol
da vaidade do alcaide que toma decisões de cima para baixo. Não sendo o povo,
principal interessado, consultado. Povo este que não deixa de ser mero detalhe
no contexto social. Só tendo alguma serventia em anos eleitorais, para
referendar os nomes dos mesmos mandantes que há décadas vem usufruindo da
ingenuidade e ignorância do populacho.
Fora do Caminho da
sustentabilidade
As
novas tendências mundiais dos sistemas de ônibus, com certeza não nos atingirá.
Não contaremos com o moderno sistema do modelo da Operadora de Transportes
Públicos denominados Routemasteres que adotou a tecnologia elétrica híbrida em
que os ônibus são equipados com dois motores, um movido à combustão e outro à
energia elétrica. Nem tampouco do ZeEUS ou BRT elétrico, veículos que Têm
capacidade para transportarem 150 passageiros, além de contar com ar
condicionado. O que nos aguarda é a apresentação de refugos do sistema
travestido com o rótulo de inovação, o mesmo que se aplica a este modelo de
governo municipal que nos é imposto, por décadas, através de ardis e práticas
pouco confessáveis que contam com a força da máquina pública e um modelo
arcaico de uma prática política clientelista. Até quando tal aberração política
irá se manter, só a roda da história é que decidirá.
Sérgio Jones é Jornalista formado pela FACOM-UFBA |
*As opiniões emitidas em artigos assinados no site Diário da Notícia são de inteira e única responsabilidade dos seus autores.