Foto: Ilustrativa | O segredo |
Por Sergio Marcone Santos
Eu já tinha um artigo pronto
sobre a educação a partir do ponto de vista de dois artistas, mas depois de
mais um atentado, desta vez em Munique na Alemanha matando dez pessoas e outro
no Afeganistão matando 80 em menos de 24 horas, tive que botar minha viola no
saco.
No Brasil, a prisão de
pessoas que planejavam agir de forma criminosa na Olimpíada e, finalmente, a
sensação de que conseguimos trazer para nossa sala de estar terroristas que
julgávamos distantes de nós, muitas vezes acreditando que já os temos em abundância
por aqui nas mais diversas formas, é horrível.
Na França, que virou saco de
pancadas, alguém creditou ao “politicamente correto” a quantidade de ataques
sofridos por lá. Os europeus seriam obrigados a abrir suas fronteiras, talvez
em nome de uma dívida histórica, e tentar monitorar os emigrantes? E se o
terrorista já viver lá há algum tempo? Como diria aquele francês estrábico: “o
inferno são os outros”. Pergunto: quem são “os outros” hoje em dia, cara-pálida?
Nos Estados Unidos, que tem
perdido sua posição de polícia do mundo, há em vista um descalabro: tanto a
eleição de Hillary Clinton quanto a de Donald Trump parece a mim, um caipira
subdesenvolvido, catastrófica. Eles têm discursos antagônicos, mas que tendem à
ineficácia para o momento em que o mundo – nós!! – estamos passando.
É um momento de baixa na
Humanidade. Já passamos por tantos outros, eu sei. Mas atravessar desertos
sinto ser muito difícil.
Nesses momentos as coisas ficam
sem brilho, no lusco-fusco.
As pessoas, o trabalho, o
salário, as artes, as roupas, as opiniões, o bom-dia, o com-licença, tudo perde
sua força ante à Queda.
O que vem até você, por
melhor que seja, já chega desbotado. Não, leitor, isso aqui não é um tom
pessimista que intelectualóides adoram.
Peço-vos que olhem ao seu
redor. Você está vendo graça em alguma coisa? Há alguma coisa que ainda te
mova, te excite, te faça, enfim, uma pessoa completa mesmo que momentaneamente?
Não estou falando daquela
série, daquele Iphone, daquela(e) gata(o) que você conheceu. Isso tudo também é
tão embaçado quanto seu desejo.
Cheque seu baço, seu fígado,
seu estômago, suas entranhas e diga-me se eles pulsam por alguma beleza.
Acho que não.
Não está existindo Beleza ao
nosso redor. Eu sei, dura um tempo, depois tudo se refaz e abrir a janela do
coração voltará a ter a luz de que ele precisa: amor.
Sim, falta-nos Amor.
Entramos nessa barafunda por
deixá-lo se perder em algum canto de nosso egoísmo, de nossos rancores, de
nosso flaXflu ideológico e religioso (Faça também a sua lista do que fez o Amor
eclipsar. Essa listinha aqui é só uma sugestão).
Enquanto uns se acham no
século 21, outros guerreiam como se ainda estivessem em tribos do século 12.
Acontece que a perenidade do
Amor não acompanha o contar dos dias, dos anos, dos séculos. Ele simplesmente É,
assim como Deus = Eu Sou (o logos). Isso posto, Ele é Aquele que existe antes e
através de tudo, sempre Eterno: Deus, pois, é Amor.
Em que século de nossa
cabeça ele, o Amor, se perdeu?
Como nos situamos ante o
Amor nessa disparidade temporal?
Está “submergido” na
impermanência? Ou em nosso esquecimento do Cristo, hoje tão ridicularizado
inclusive por muitos que o professam?
Agostinho: “Nossa vida é o
amor. E se o viver é amar, o ódio é a morte”.
Tá explicado.
(Não importa em que século
você esteja).
Sergio Marcone Santos é formado em Letras Vernáculas pela UEFS e pós graduando em Comunicação em Mídias Digitais pela Unifacs |
*As opiniões emitidas em artigos assinados no site Diário da Notícia são de inteira e única responsabilidade dos seus autores.