Imagem: Divulgação | Twitter |
A Empresa
Brasil de Comunicação (EBC) postou em sua conta oficial um tuíte ironizando o
presidente em exercício Michel Temer, em mais um capítulo da guerra da equipe
da estatal nomeada pela presidente afastada Dilma Rousseff e o governo
peemedebista.
“Quando a pessoa escolhe passar vergonha. Planalto confirma Temer
na abertura da Rio 2016”, afirmava a publicação, que foi deletada pouco depois
e trazia junto o link de uma matéria da Agência Brasil sobre o tema.
O tuíte
provocou a ira de auxiliares do presidente Temer. Pouco depois, em nota, o
diretor-presidente da EBC, Ricardo Melo, considerou “inadmissível” a postagem e
afirmou que ela “não representa a posição da empresa”, além de anunciar que
“determinou a abertura imediata de sindicância interna para apurar as
responsabilidades sobre a publicação de texto no Twitter @ebcnarede”.
A
postagem feita pouco antes das 11 da manhã desta quinta-feira, 04/07, irritou o
Palácio do Planalto, que iniciou grandes mudanças, como o desaparelhamento da
empresa, e já manifestou até a intenção de extingui-la.
Além da postagem,
desagradou também o governo a publicação de uma matéria publicada pela agência
EFE, também nesta quinta, 04/07, que dizia que “a Federação Internacional de
Jornalistas (IFJ) denunciou tentativas do governo interino de Michel Temer de
'desmantelar' a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) após os Jogos Olímpicos
e pediu à imprensa internacional que também informe sobre esses 'jogos
políticos'”. A resposta acabou sendo dada, no início da tarde, pelo ministro da
Casa Civil, Eliseu Padilha, que está no Rio de Janeiro participando de reunião
de balanço das últimas preparações para a abertura dos Jogos Olímpicos.
“Antes
do presidente Temer, tentaram, mudando estatuto e direção, 'desmantelar' a EBC.
Erraram. Breve voltará ao normal”, disse o ministro, também através de seu
Twitter, no primeiro post. Padilha
acrescentou ainda que “a EBC não será aparelho partidário. Será motivo de
orgulho de seus funcionários e respeito e confiança dos brasileiros”.
A direção
da EBC é um dos motivos da queda de braço entre os governos Dilma e Temer.
Pouco antes de deixar a Presidência, Dilma nomeou Ricardo Melo para um mandato
de quatro anos. Temer, assim que assumiu, exonerou Melo e nomeou Laerte Rímoli,
que iniciou um processo de demissão dos servidores engajados com o governo
petista, além de cancelar inúmeros contratos de jornalistas que faziam
programas apenas defendendo o governo Dilma e do PT em geral.
Melo, no entanto,
recorreu ao Supremo Tribunal Federal e, em dois de junho, o ministro Dias
Toffoli concedeu liminar determinando o seu retorno ao cargo. Só que muitas
modificações já haviam sido feitas na empresa, e um comando duplo está
instalado desde então, já que a direção-geral da estatal está sob a direção de
Christiane Samarco, nomeada por Temer.
A advocacia Geral da União recorreu ao
STF e o governo aguarda decisão, com afastamento definitivo de Melo. Enquanto
isso, o governo Temer discute a possibilidade de editar uma Medida Provisória
que acabaria com o estatuto atual, extinguiria o conselho curador e mudaria o
formato da emissora de televisão. Mas o Planalto ainda aguarda um
posicionamento do ministro Toffoli para tentar fazer o que chamam de “limpeza
definitiva” na empresa.
Fonte: Estadão Conteúdo