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A Organização Não Governamental (ONG) Justiça Global denunciou o Estado Brasileiro à Organização das Nações Unidas por violações de direitos humanos contra moradores de favelas e periferias da cidade do Rio de Janeiro, durante a preparação da cidade para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o que teria resultado no crescimento da estatística de mortos pela polícia.
Em junho, 60 dias antes da realização dos Jogos, o percentual de civis mortos pela polícia – autos de resistência – na capital fluminense, foi 104% maior em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do próprio governo do estado.
Em maio, esse aumento foi de 122% em relação a maio de 2015. Entre janeiro e junho, o aumento do número de mortes provocadas por intervenções policiais foi de 16%, com cerca de 200 casos, o que equivale a uma morte a cada 24 horas.
O informe com as denúncias foi enviado à Relatoria de Execuções Sumárias, Arbitrárias ou Extrajudiciais da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo a Agência Brasil, a ONG usa como base para as denúncias os números divulgados pelo Instituto de Segurança Pública. Em todo o estado, o número de mortes causadas por autos de resistência aumentou 14% no primeiro semestre deste ano em comparação com do ano passado.
"Historicamente, a polícia do Rio de Janeiro viola direitos e mata de forma sistemática nas favelas e periferias. Os megaeventos, que têm seu auge nas Olimpíadas, são o principal argumento para a perpetração do terror de Estado sobre essas populações, que são de maioria negra", afirmou a pesquisadora da Justiça Global, Monique Cruz.
Até o fechamento desta reportagem, o governo do estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública, não havia se pronunciado a respeito das denúncias da Justiça Global.