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Os cinco ciganos presos por porte ilegal de arma em Simões Filho, na semana passada, foram soltos no final da tarde desta segunda-feira (22). A polícia investiga se o grupo pode ter relação com a morte dos irmãos gêmeos Cézar Sílvio e Sílvio Cézar Carvalho Santos, 45 anos, assassinados a tiros na Baixa do Tubo, no bairro de Cosme de Farias, na última quarta-feira (17).
Segundo o advogado dos ciganos, Abdon Abbade, um juiz da comarca criminal de Simões Filho autorizou a soltura dos suspeitos através de fiança. "Ele considerou que eles (ciganos) não cometeram crime hediondo e possuem residência fixa no distrito em que respondem pelo crime", afirmou ao Correio.
Os ciganos foram presos na sexta-feira (19), dois dias depois do assassinato dos irmãos gêmeos, durante uma operação em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Cerca de 100 policiais civis cumpriram seis mandados de busca e apreensão no centro e em um bairro da cidade. Foram apreendidos ainda 12 armas - algumas exclusivas das Forças Armadas - cartuchos, munições e R$ 16 mil em dinheiro.
O advogado Abbade também defende o cigano Gilmar Ferraz de Almeida, acusado de participação nas mortes de mais três parentes dos gêmeos: a professora Nilda Maria Fiuza e os jovens David Soares Santos e Uanderfon Alves dos Santos, no dia 14 de agosto de 2014. Ele informou que conversou com o cliente e que ele deve se apresentar para a polícia em breve.
Família das vítimas está com medo
Os cinco ciganos soltos vão responder ao processo em liberdade. A notícia deixou a família dos irmãos gêmeos apreensiva. Segundo um dos familiares, o medo é de que haja algum tipo de represaria. "Logo que eles foram presos houve ameaças. Ontem, eles fizeram festa para comemorar a soltura. Estamos com medo. Não temos proteção e não sinto segurança por parte da polícia", afirmou.
A assessoria da Polícia Civil informou na tarde desta terça-feira (23) que está analisando o material apreendido durante a investigação, como celulares e computadores. O material está passando por perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT) para checar se existe algum tipo de ligação com os casos.
Na segunda-feira, as casas onde os familiares dos irmãos gêmeos moraram estavam sendo rondadas por carros suspeitos. Com medo, eles deixaram os imóveis. A família estuda entrar para o Programa Estadual de Proteção a Vítimas e Testemunhas (Provita) da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS).
Prisões e armamentos
O cigano Djalma Alves Lemos, 56 anos, e o sobrinho Jairo Cerqueira, 35, foram presos em casa, no bairro Parque Continental. Com Djalma, os policiais encontraram duas pistolas ponto 40 e 380, carregadores e munições. Ele estava também com uma pistola Glock 45, armamento de uso exclusivo das Forças Armadas e não fabricado no Brasil. Já Jairo estava com uma pistola bereta 635 e outra modelo 51, um revólver calibre 38, uma escopeta calibre 12, cartuchos e munição. No ano passado, ele foi preso também por porte ilegal de arma.