Foto: Ilustrativa | Fatos Desconhecidos |
Por Sergio Marcone Santos
Passados alguns dias da vitória do furacão Donald Trump nos Estados Unidos, sobraram-nos muitas perguntas e quase nenhuma resposta, afinal a vitória da candidata democrata Hilary Clinton era tida como certa para a maioria dos institutos de pesquisas e, consequentemente, jornais e revistas que as propagaram.
Eles mentiram? Usaram métodos equivocados nos levantamentos de dados? Houve uma tentativa de indução para que Hilary ganhasse o pleito?
O jornal mais importante do mundo, o “The New York Times”, correu dia seguinte à eleição para dizer que irá se “rededicar” a transmitir notícias verdadeiras. Aqui no Brasil, cujos principais órgãos de imprensa armaram um verdadeiro circo anti Trump, continuam a bater no agora presidente dos EUA para que mentiras ditas durante a campanha tenham a aparência de que se confirmaram.
Há muito se fala sobre a derrocada desse tipo de imprensa. O boca-a-boca das redes sociais, além de fazerem as notícias correrem mais rápidas, está ganhando a briga com os grandes conglomerados de mídia. Pessoas que são antenadas no que se noticia em blogs e portais, bem como em postagens de gente que entende do que fala, carregam muito mais informação “verossímil” do que jornais e revistas que gozavam de grande credibilidade.
Sim, os reis da verdade estão nus.
E a cara de pau com que esses órgãos e seus formadores de opinião desfilaram suas certezas é de doer o coração. Uma gente que não se cansa de inventar mentiras, de dar pontos de vista dos mais variados no ensejo de modificar uma situação em que a maioria das pessoas sabe tratar-se de outra coisa. É uma presunção que só idiotas vaidosos têm: a de que suas histórias, por mais loucas e mentirosas que sejam, desapearão o que estamos vendo e vivendo. Uma tentativa enorme de impor à realidade a sua visão quase sempre distorcida e funesta do mundo.
Por isso que no dia seguinte à eleição dos EUA (ou do plebiscito que disse “não” ao acordo com as Farc na Colômbia) rastejaram manchetes com as palavras “vitória surpreendente”. Ora, se surpreende é sinal de que os nobres formadores de opinião estavam equivocados, donde questionamos: se equivocados em tamanha proporção, que fazem estas pessoas arrogando sobre o sexo dos anjos? E por que o equívoco pende única e exclusivamente para um lado?
A coisa é tão esquizofrênica que houve até uma união de formadores de opinião “de direita”, a saber: os Manhattan Connection e seus Mainardis e Reinaldos e seus Jabores. Todos vaticinaram a vitória de Hilary e todos fizeram biquinho de choro na madrugada que consagrou o homem do topete.
Essa gente já era.
Sergio Marcone Santos é formado em Letras Vernáculas pela Uefs e pós-graduando em Comunicação em Mídias Digitais pela Unifacs. |
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