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Por Sergio Marcone Santos
Histeria, segundo o Dicionário Houaiss, é um “comportamento caracterizado por uma excessiva emotividade ou por um terror pânico”. Pois é justamente isso que vemos diuturnamente em postagens mil nas redes sociais.
A maioria dos assuntos, embora muita gente não entenda deles lhufas, transforma-se automaticamente numa trombeta do Apocalipse ou no famoso botão vermelho que disparará mísseis quando Donald Trump o apertar. Em suma: em histeria.
Por falar no topetudo, nestas eleições americanas, os brasileiros comportamo-nos como se não tivéssemos problemas intestinos. Como se nesses últimos anos de desgovernos não nos tivessem legado um presente horroroso, inclusive com a patinação da administração Temer e seus patéticos ministros.
Ficamos histéricos com a vitória de Trump. Esperneamos, gritamos, xingamos enquanto nossos empregos estavam ou estão (aqueles que ainda o tem) por um fio. “Ah, mas nossos empregos também dependem do que esse dono de cassino vai fazer”, você pode alegar. Tá bom. Então é sua histeria que vai impedi-lo?
Agora temos um novo motivo para arrancarmos nossos cabelos: a anistia ao caixa 2 orquestrada pelos nossos deputados. Por mais que se diga que ela não prosperará porque a anistia é para o recurso, mas não para o que o gerou, como lavagem de dinheiro por exemplo, continuamos ignorando e seguimos em frente com nosso cordão de gritos, enfim, de histeria.
Acredito piamente que redes sociais consigam alterar realidades que se tenham como funestas. Nossas opiniões ali reverberam em outros e conseguem muitas vezes fazer nossas autoridades usarem um aparelho de audição em seus ouvidos de mercadores. Mas é cada vez mais cansativo tanto blá-blá-blá, tanta opinião rasa e, sinceramente, detestaria ter que dar razão a Umberto Eco quando disse que a internet deu voz aos imbecis.
Portanto, haja filtro. Se eu vejo que você é um beócio e que não entende nada do riscado, tiro-lhe de minha companhia. Faça o mesmo comigo e viveremos mais felizes. Emita sua opinião idiota para sua mãe, sua esposa, para seus amigos numa mesa de bar, mas pare de ser histérico(a)!!!!
As redes sociais dão instantaneidade ao pensamento. Ou seja, penso logo digito. Interessante é que quando vamos pedir para namorar alguém ou pedir um aumento de salário, matutamos durante dias, até semanas ou meses, justamente para não corrermos o risco de falar bobagens e afugentar o amor e o emprego.
Por fim, peço que não me interpretem mal, mas repassarei uma sugestão de uma querida professora: opinião é igual a bunda. Não é porque você tem que tem que dar.
Sergio Marcone Santos é formado em Letras Vernáculas pela Uefs e pós-graduando em Comunicação em Mídias Digitais pela Unifacs. |
*As opiniões emitidas em artigos assinados no site Diário da Notícia são de inteira e única responsabilidade dos seus autores.
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