Foto: Ilustrativa | Alto Astral |
Por Sergio Marcone Santos
O que importa na virada do ano é a simbologia. Do dia 31 para o 1° tendemos a fazer um balanço e também as metas para o ano que se inicia. Deixar de fumar, aprender inglês, emagrecer, casar, separar etc., fazem parte de uma série de promessas feitas a nós. Mas também desejamos a amigos e familiares os melhores votos: felicidade, saúde, dinheiro e muitas otras cositas boas, muito boas.
Algumas dessas coisas que desejamos dependem exclusivamente dos rumos que o país e o mundo tomarão no ano que nasce. Entretanto, acredito que pouquíssimos de nós devam ter desejado durante o espoucar do espumante que não houvesse as mazelas nossas do dia-a-dia.
Sugiro que ampliemos nossa lista de votos e desejos naquele momento em que todos se abraçam ao passo que olham o tão suculento pernil sobre a mesa, bicho cujas esperanças se foram no abatimento.
Precisamos pedir a partir desse ano coisas do tipo: que nossos governantes não espalhem vírus nos computadores ou roubem os HDs das prefeituras para sabotagem ou para que não se tenham acesso às suas falcatruas; que não troquem as fechaduras ou deem sumiço nas chaves das prefeituras para que não se entre nelas; que vereadores não saiam dos presídios e, ainda algemados, tomem posse; que não se façam decretos entregando a chave da cidade a Deus ou a qualquer divindade; que não haja massacres em presídios e que, em havendo, não sejam interpretados como “acidentes”; que não haja socos e disparos de armas de fogo nas posses das Câmaras de Vereadores; que a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, em Brasília, seja para servir realmente ao país (nesse aqui dobre a sua fé); que os prefeitos que tomaram posse sejam sinceros e assumam que não terminarão seus mandatos, pois irão concorrer a outros cargos em 2018; que digamos um “não” a tudo isso e a todos esses velhacos.
Reparem que essa lista de desejos restringe-se ao que ocorreu somente nos primeiros cinco dias do ano. Caso você queira ampliá-la para os outros 360 dias fique à vontade. Só que com um detalhe: o pernil vai ficar gelado.
(Uma correção: na minha singela e inútil escolha dos melhores de 2016, cometi a injustiça, dentre outras, de não mencionar o nome da repórter da Globo News Andréa Sadi. Cheguei a vê-la divulgando três a quatro furos de reportagem por dia nos momentos mais tumultuados do planalto, o que a faz chegar ao topo da minha preferência).
Sergio Marcone Santos é formado em Letras Vernáculas pela UEFS e pós graduando em Comunicação em Mídias Digitais pela Unifacs |
*As opiniões emitidas em artigos assinados no site Diário da Notícia são de inteira e única responsabilidade dos seus autores.
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Opinião