Foto: Divulgação | Embasa |
A barragem de Pedra do Cavalo, localizada no Recôncavo Baiano, é responsável por mais da metade da água que abastece a capital baiana e Região Metropolitana de Salvador (RMS) e está com o volume útil de armazenamento de 23,82%, taxa considerada baixa segundo informações da Embasa.
O volume útil é calculado entre o nível máximo da barragem e o nível de captação da água, ou seja, a parcela do volume que pode ser utilizada. Apesar da situação, a Embasa diz que não há previsão de racionamento para a capital baiana.
Outras cinco barragens que abastecem Salvador e região também estão com volumes considerados baixos: Santa Helena (11,75%), Joanes I (66,55%), Joanes II (11,96), além de Ipitanga I (20,61) e II (28,74%).
A queda no volume das barragens ocorre diante do cenário de estiagem que atinge a Bahia. Segundo o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), nas regiões onde ficam os reservatórios, foram registradas chuvas abaixo da média.
Na bacia hidrográfica do Recôncavo Norte (com os rios Subaúma, Catu, Sauípe, Pojuca, Jacuípe, Joanes, Subaé, Açu, e dos rios secundários da Baía de Todos-os-Santos e do Rio Inhambupe), o volume de chuva ficou entre 40% e 60% abaixo da média, no período entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017.
Em decorrência da falta de chuvas na região, os rios não conseguem repor a água dos reservatórios, que estão com volume abaixo do esperado, principalmente nesta época do ano, quando o consumo aumentou por conta do verão. Apesa do início da nova estação, o outono, ainda não há previsão de períodos longos de chuva em Salvador e região metropolitana.
O período chuvoso mais significativo para a área leste da Bahia, que inclui as bacias hidrográficas do Joanes e do Paraguaçu (Barragem Pedra do Cavalo), é previsto para começar somente em abril, embora chuvas fortes isoladas possam acontecer até lá.
A fim de evitar um colapso no abastecimento hídrico, está em andamento a instalação de um sistema de bombeamento para fazer a reversão do lago de Santa Helena para o rio Jacumirim, que abastece a barragem de Joanes II, um dos principais mananciais que abastecem a região metropolitana de Salvador.
Conforme dados da Embasa, o investimento custou R$ 2,5 milhões. As obras no lago de Santa Helena, situado entre as cidades de Dias D'Ávila e Mata de São João, tiveram início no dia 6 de março e a previsão é de que o sistema entre em funcionamento ainda esse mês.
Moradores de cidades da BA tentam driblar
o racionamento evitando, por exemplo, usar a
descarga (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Racionamento
Vinte e uma cidades do estado e três distritos que pertencem a municípios baianos já enfrentam o racionamento pela falta de água causada pela estiagem.
Os municípios são: Vitória da Conquista, Belo Campo, Queimadas, Santaluz, Senhor do Bonfim, Jacobina, Jaguarari, Caldeirão Grande, Andorinha, Itiúba, Ponto Novo, Filadélfia, Seabra, Brotas de Macaúbas, Ibitiara, Novo Horizonte, Bonito, Palmeiras, Tapiramutá, Entre Rios e Morro do Chapéu, além das localidades de Angico (distrito de Mairi), Umbuzeiro (distrito de Mundo Novo) e Altamira (distrito de Conde).
Conforme o G1, as cidades em racionamento têm distribuição de água em dias alternados, para diferentes áreas do município, e um calendário de distribuição foi divulgado à população. A recomendação é de que os usuários reservem água para uso nos períodos de desabastecimento, instalando caixa d’água com capacidade para atender as necessidades de consumo de cada família, além de bomba no reservatório inferior, em caso de imóveis com mais de um pavimento.