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Práticas econômicas criminosas adotadas pela elite brasileira têm sido responsável pelo nosso atraso histórico. A formação do gigante dos trópicos, denominado Brasil, se encontra em estado embrionário, para a infelicidade do povo brasileiro não conseguiu romper, até os dias atuais, a casca do ovo em que se encontra encalacrado. O seu período de incubação tem sido lento graças às forças de uma casta de cleptocráticos que travam uma luta insana objetivando manter os seus sórdidos privilégios, comprometendo profundamente e de forma orgânica o desenvolvimento econômico, político e social da nação.
Por isso mesmo, não canso de afirmar que temos um considerável débito histórico com o imperador Napoleão Bonaparte. Pois foi devido o seu desagrado com a postura de Portugal pelo fato do mesmo manter estreitos contatos e parceria comercial com a Inglaterra. Que ele ameaçou invadir Portugal, o que resultou na fuga da degenerada Família Real Portuguesa para o Brasil.
O leitor mais desavisado poderia indagar qual a influência para a nossa história que tal mudança proporcionou para a nossa atual formação. Simples, antes da vinda da Família Real para o Brasil, não era permitido que fosse implantada na colônia qualquer traço ou evidência de alguma ação de ordem cultural. A economia se baseava no tripé monocultura, latifúndio e mão de obra escrava. Era proibida, por determinação expressa do império ultramarino, a instalação de escolas, circulação de livros e os poucos que aqui circulavam eram resultado de produto contrabandeado.
Esta realidade só adquiriu novas formas, para melhor, depois de mais de três séculos da descoberta do Brasil, com a chegada da Família Real em 1808, ao Rio de Janeiro. Foi a partir desta data que se permitiu a implantação e o surgimento de teatros, museus, escola superior de Medicina, Técnica Agrícola, a implantação de parques gráficos... E uma novidade, o lançamento da Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal a circular no Brasil, este ainda em 1808. Se tal fato histórico não tivesse acontecido, provavelmente, o nosso atraso histórico tivesse perdurado por mais tempo. O exposto nos dá uma pálida ideia do que nos foi legado ao longo de nossa triste formação enquanto nação. A elite econômica que se encontra atualmente no poder é remanescente destas forças do atraso e das trevas que sempre conduziram, de forma criminosa, os destinos do povo brasileiro. Até quando? Só o futuro nos dirá.
#Sérgio Jones é jornalista formado pela FACOM UFBA