Imagem: Revolute Brasil |
Por Sérgio Jones
Diferentemente do que slogans políticos propagam o Brasil não é um país de todos, é de poucos. A prova incontestável é revelada constantemente através de pesquisas que apontam índices escandalosos que distanciam o cidadão comum dos pouquíssimos privilegiados existentes, em um país tão desigual, quando se trata de temas como distribuição de renda, arrecadação de impostos e outros penduricalhos econômicos.
Recentemente, ao fazer incursões nos noticiários que circulam pela mídia não só tupiniquim como até mesmo as dos denominados países do primeiro mundo, nos deparamos com realidades chocantes e atentatórias à dignidade humana. Interessante observar que estas dantescas realidades se estendem por todo o planeta onde predomina o capitalismo, modelo econômico decantado em prosa e versos como ideal por privilegiar a livre iniciativa. Onde, em teses, todos têm os mesmos direitos e blá, blá. Estas frases ocas são amplamente assimiladas por um povo totalmente desenformado.
Para desmontar esta mística econômica, montada de forma criminosa pelos detentores e manipuladores dos podres poderes, basta fazer uma rápida pesquisa em setores que tratam destas minúcias financeiras para constatarmos que os fatos são bem outros. Para que possamos ter a mínima ideia do fosso que existe entre ricos e pobres, estudos recentes constataram que no Brasil, os seis maiores bilionários têm equivalente ao patrimônio dos 100 milhões de brasileiros mais pobres. O que resulta dizer que se o ritmo atual de inclusão no mercado de trabalho prossiga da forma como foi nos últimos 20 anos, as mulheres só terão os mesmos salários dos homens no ano de 2047, e apenas em 2086 haverá equiparação entre a renda média de negros e brancos. De acordo com projeções do Banco Mundial, o país terá, até o fim de 2017, 3,6 milhões a mais de pobres.
O documento identifica falhas na forma como o imposto é arrecadado no Brasil, em contraste com outros países. Além da alta tributação indireta, há questionamentos à isenção de impostos sobre lucros e dividendos de empresas e à baixa tributação de patrimônio, que, com isso, acabam contribuindo para aumentar a concentração de renda dos mais ricos.
#Sérgio Jones - Jornalista
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