UFRB: Estudantes prestes a se formar podem ter o sonho cancelado por desorganização da instituição

Imagem: Ilustrativa | Google Imagens
Formandos da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), do Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira podem ter o tão sonhado momento da formatura cancelado por conta da desorganização da instituição de ensino.

Os estudantes dos cursos de Comunicação Social - Jornalismo, História e Serviço Social estão passando dias de tensão, pois, com quase tudo pronto para o grande momento da formatura, eles receberam a informação, há 45 dias do evento, que a solenidade pode ser transferida para o mês de fevereiro de 2018, isso tudo por falta de comunicação entre um setor (SURRAC) que fica no Centro de Cruz das Almas e o CAHL. Segundo os formandos, o que competia a eles para cumprir os prazos impostos para realização da formatura foi feito, no entanto, quando a maioria já pagou a solenidade e os familiares e amigos, muitos de outros Estados, já tinham confirmado presença para participarem da formatura neste próximo mês de Dezembro, souberam de última hora desta lamentável notícia.

Os formandos escreveram uma nota de indignação, explicando detalhadamente a frustrante situação. Leia abaixo:

"GOSTARÍAMOS DE COMUNICAR A SOCIEDADE A NOSSA INDIGNAÇÃO

Nos últimos dias os formandos da turma 2017.1 de Comunicação Social - Jornalismo, Licenciatura em História e Serviço Social, vêm sofrendo alguns transtornos com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia-UFRB, junto ao Centro de Artes, Humanidades e Letras-CAHL.

O sonho da tão esperada formatura, se tornou um pesadelo sem limites para os formandos e seus familiares, que esperaram a cada semestre, greves, ocupações, paralisações, entendendo as mesmas como necessárias para a construção de uma Universidade pública de qualidade para quem viesse depois de nós, e à valorização dos nossos mestres. Sabendo que o dia de deixarmos esse espaço de grande conhecimento um dia chegaria ao fim, para podermos então comemorar junto aos nossos.

Mesmo com a data prevista no calendário da instituição, para o período de colação de grau, recebemos a incerteza da academia de que podíamos manter todos os preparativos e nos formar no período escolhido por nós. Não nos foi informado corretamente os processos e prazos necessários para nos inteirarmos da burocracia da nossa instituição e, então, depois de contratar uma empresa de formatura, compartilhar nossos sonhos, ficamos sabendo por terceiros, que em tal data não poderia ocorrer a colação de grau, devido a desorganização da instituição, sendo que todos os processos de colação de grau estavam em andamento.

Para chegar a pouco mais de um mês da tão esperada solenidade nos deparamos com a notícia de que por falta de servidores técnicos suficientes a UFRB não conseguiria analisar os processos de todos os centros, que são essências para validar ou não a formatura do discente, como a contagem de carga horária e confecção de diploma. Para resolver tal problemática estrutural ficamos sabendo que houve um período em que os centros deveriam demonstrar interesse nas datas de dezembro, e por mais que os nossos colegiados já estivessem cientes, não foi assim que aconteceu. O nosso centro não demonstrou interesse por colação de grau em dezembro, não nos foi informado dessa data limite de solicitação,  e todos os contatos que a comissão teve com o núcleo acadêmico não resultaram em informações reais. Foi um jogo de empurra-empurra, onde o núcleo primeiro avisou que essa solicitação se daria no início do semestre 2017.2 e quando contatado no início do mesmo, mandou que nós, discentes, entrássemos em contato com a SURRAC (órgão da universidade responsável pelos assuntos acadêmicos) para tirar as nossas dúvidas quanto a esse processo para solicitação de colação de grau. Esses contatos com o núcleo acadêmico do CAHL foram feitos pessoalmente e não temos como comprovar. Entretanto, o contato com a SURRAC se deu por telefone e a partir da ligação fomos instruídos a explicar nossa demanda por e-mail. Após o mesmo, nos foi informado que esse não era um trabalho para discentes e que quem decidia data de colação de grau eram os colegiados e o centro.

Resumo da ópera: o tempo passou, prazo acabou, e nós descobrimos 45 dias antes da nossa data pretendida que houve essa reunião com os centros interessados à solenidade e que o nosso Centro por não ter comparecido a mesma automaticamente foi alocado nas datas de fevereiro de 2018. Ou seja, nós que tínhamos tudo planejado e estávamos inocentes no meio desse jogo de empurra-empurra burocrático dentro da instituição perdemos o prazo por culpa de outrem e ficamos teoricamente para fevereiro de 2018.

O que nos traz ao segundo ponto: já havíamos contratado uma empresa para organizar a solenidade e feitos os tramite legais, como assinatura de contrato, ensaio fotográfico, contatado a SURRAC, NUAC e os colegiados, sendo que nenhum deles nos informaram sobre a possibilidade de acontecer apenas em fevereiro. Entretanto, nem os colegiados estavam cientes desta reunião, e assim como nós, foram informados há pouco mais de uma semana. Nós descobrimos através do coordenador do curso de História sobre esse impasse. Entramos em contato com a direção do CAHL, que diz não se opor a nossa cerimônia, mas que só a permitiria caso estivesse tudo em dias na SURRAC com os nossos processos e nós estivéssemos aptos para a colação. O mesmo diz a reitoria, que foi mais um processo para conseguir entrar em contato. Somente depois de conseguirmos entrar em contato com a chefe de gabinete foi que o contato com o reitor foi estabelecido e nossa demanda foi discutida. Mais uma vez nos foi dito que não haveria oposições da universidade à nossa cerimônia, mas ao mesmo tempo, a resposta que a UFRB (tanto reitoria quanto direção do CAHL) nos dá é que não há servidores suficientes para executar os processos dispostos anteriormente para dezembro e ainda os nossos (somos 25 formandos). Ou seja, estamos de volta a estaca zero dessa busca; gerando assim um desgaste sem igual, psicológico e sentimental a esses formandos, que viram seus familiares pagando o que não podiam para festejar com suas famílias e amigos a conquista do primeiro diploma de curso superior, em muitos casos (tendo em vista o passado e presente racista, e excludente que foi construindo nessa "nação brasileira").

Agora fica o questionamento: é justo para esses jovens e suas famílias o que estão passando? Não, não mesmo, a cada dia que passa, ficamos sem saber o que fazer e como contabilizar os prejuízos - que só aumentam."

11 de novembro de 2017
Formandos dos cursos de Jornalismo, História e Serviço Social 2017.1 da UFRB.
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