Foto: Reprodução | Bocão News |
A Serrana Empreendimentos, empresa do deputado federal João Gualberto (PSDB), arrematou o terreno em leilão da prefeitura de Salvador, por R$ 20 milhões, localizado no Itaigara, nesta quarta-feira (6). Conforme informações do BNews, a Associação dos Moradores das Colinas do Itaigara e da Rua Wanderley Pinho deram entrada em uma ação contra a venda do terreno por ser área verde.
Segundo os moradores, a área é de uso comum, além de ser bem arborizada. Os moradores do bairro garantem que irão lutar para impedir a construção de qualquer empreendimento no local que não seja a praça para uso comum dos populares.
De acordo com fontes do BNews, a empresa ainda vai decidir se construirá um empreendimento comercial ou residencial. Há informações da possibilidade da instalação de uma unidade do supermercado Hiper Ideal, de propriedade do deputado.
O deputado João Gualberto não foi localizado para comentar o assunto.
O prefeito ACM Neto comentou sobre a polêmica. “Muito provavelmente deve ser um empreendimento comercial, mas aquele terreno pode ser objeto de construção residencial ou comercial. A gente acha que será comercial e se for vai ser muito bom porque vai gerar muitos empregos para a cidade”, defendeu Neto.
Moradores acionam justiça
A Associação dos Moradores das Colinas do Itaigara e da Rua Wanderley Pinho, no mesmo bairro, deram entrada em uma ação contra o leilão de terrenos desafetados pela Prefeitura após projeto 223/2017 aprovado na Câmara de Salvador. Os terrenos estão localizados nas Rua Anísio Teixeira, s/nº, e na Rua Zahidé Machado Neto, próximo ao Shopping Boulevard 161. O leilão foi finalizado na manhã desta quarta-feira (6) pelo valor de R$ 20 milhões, no entanto, a compra encontra-se sub-judice.
A associação e demais moradores, que estão sendo representados pelo escritório de advocacia Barachisio Lisboa, alegam que os terrenos pertencem ao loteamento do Itaigara e são bens públicos insuscetíveis de venda porque são de uso comum. Afirmam, ainda, que trata-se de uma grande área verde existente no bairro que pode ser desmatada. Os moradores pleiteavam há mais de um ano a construção de uma praça que levaria o nome de Mãe Menininha do Gantois, com projeto sugerido à prefeitura.
“A prefeitura está desvirtuando a finalidade prevista no memorial do loteamento. Nós nunca fomos ouvidos pela prefeitura sobre essa a lei de desafetação, não fomos convidados para as audiências públicas e fomos traídos pelo vereador Leo Prates e pelo prefeito. Prates é morador da área e que se elegeu com a ajuda do Itaigara. É um crime ambiental, o próprio parecer do arquiteto diz isso”, afirma Manuel Soares, do grupo de síndicos da Rua Wanderley Pinho.
Os moradores do bairro garantem que irão lutar para impedir a construção de qualquer empreendimento no local que não seja a praça para uso comum dos populares. “Qualquer construção a ser feita no local prejudicará o bairro e haverá um grande impacto pacto ambiental. Quem comprou o terreno vai ter muito trabalho, pois os moradores não vão descansar. Esse processo pode, futuramente, assim que o juiz analisar, pode rever a situação a nosso favor e aguardamos isso da Justiça”, diz Soares.
Praça Menininha do Gantois – Ainda conforme a associação, desde o início do ano se pleiteia a construção de uma praça na área verde homenageando Mãe Menininha do Gantois. “Desde o início do ano, pleiteamos a colocação de faixas para pedestres na rua, fechamento do canal ao lado do terreno que foi vendido e nunca fomos atendidos. O que aconteceu é que a prefeitura encheu os olhos e desafetou a área e a alienou para venda. Não foi considerado um projeto anterior de transformar esse terreno na praça”, acrescentou Soares.
Ainda conforme o grupo de síndicos da Rua Wanderley Pinho, moradores estão protocolando outras ações contra a prefeitura na Justiça e prometem fazer muito barulho. Informações do Bocão News.