Foto: Reprodução | Exame |
Por Sérgio Jones*
As bizarrices do picadeiro do circo chamando Brasil continuam a acontecerem de forma insistente para o contentamento e a satisfação das forças conservadoras e reacionários que insistem em emergirem das profundezas das trevas abissais deste triste e infelicitado país dos trópicos.
Em recente evento ocorrido no Estado de São Paulo, o Ministro da Fazenda Henrique Meirelles e secretário de Previdência Marcelo Caetano, a dupla da galera do mal, ambos foram enfáticos ao afirmarem de forma peremptória de que a Previdência precisa de uma reforma diante de mudanças na demografia do país.
Durante o evento os seres indigitados mencionaram, como sempre fazem, o crescente gasto previdenciário em relação ao PIB. Em 1991, era 3,3%, hoje são 8,1%, e em 2060, se nada for feito, chegará a 17% do PIB. “Se não houver ajuste, a Previdência vai ocupar cada vez mais os gastos públicos, considerando que agora temos o teto de gastos.
Dando a sequência no papel de arauto das más notícias, eles prosseguem fazendo com muita maestria verborrágica as suas previsões com forte indício de terrorismo midiático. “Atualmente, as outras despesas do governo, excluindo a Previdência, representam 45% e, mesmo que fossem reduzidos a 33%, não seria possível acomodar os gastos previdenciários. Todas as outras despesas teriam que ser diminuídas para 20%. Então, com essa reforma haverá espaço para os demais gastos dentro da Lei do Teto”.
Em sua participação no evento, o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, afirmou que o principal norte dessa reforma é o tratamento harmônico entre grupos diferentes, como os servidores públicos e o Regime Geral (INSS). Caetano também destacou que, com o ritmo acelerado do envelhecimento da população brasileira, a despesa do INSS vai subir muito e, se não houver uma reforma, existem apenas duas opções: será preciso aumentar a carga tributária ou então os recursos de outras áreas terão de cobrir as despesas da Previdência.
Aposentados na ativa
O que mais impressiona a todos nós meros mortais é que durante este exaustivo debate, entre muitos outros existentes na mídia brasileira, não se menciona a existência de 1,6 milhão de aposentados que continuam contribuindo para a previdência. A omissão, ao que parece, é proposital ou tenta mascarar a realidade dos fatos.
Representando os trabalhadores, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e de Mogi das Cruzes, Miguel Torres disse que quer uma Previdência justa e um debate mais amplo sobre a reforma. “Nós somos os maiores interessados para que a Previdência não quebre, por isso queremos um debate mais amplo e transparente”.
O que nos deixa transparecer é que este (s) ectoplasma (s) não tem relação alguma com o conceito espiritual. Eles exsudam de corpos pútridos que revestem o vaso físico dos políticos brasileiros. Estes tão bem adaptados ao lodo da pocilga em que relegaram ao pais.
*Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)