Análise Itaú BBA mostra faturamento recorde de brasileiros, mas prevê problemas

Reprodução: Internet
Os grandes clubes do futebol brasileiro ganham cada vez mais dinheiro, mas gastam cada vez mais, cada vez pior. E não cansam de desperdiçar oportunidades de crescer de maneira sustentável. Este é o diagnóstico que se extrai da "Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros - 2018", o já tradicional estudo anual elaborado pelo banco Itaú BBA.

O documento de 252 páginas obtido com exclusividade pelo GloboEsporte.com disseca as contas dos 27 principais clubes do Brasil e chega à seguinte conclusão: "Ao longo deste relatório vimos que o futebol brasileiro se mexe para não sair do lugar. No total parece melhorar, mas olhando com lupa vemos que alguns poucos se movimentaram na direção certa. Falta gestão, visão corporativa, controle e planejamento", diz o relatório do banco.

O estudo do Itaú analisou as finanças de América-MG, Atlético-MG, Atlético-PR, Avaí, Bahia, Botafogo, Ceará, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Internacional, Paraná Clube, Palmeiras, Ponte Preta, Santos, São Paulo, Sport, Vasco da Gama e Vitória. Aos números Rankings que levam em conta apenas o faturamento ou o endividamento dos clubes têm o defeito de não contextualizar esses números.

Citando um exemplo do próprio estudo: "É melhor dever R$ 500 recebendo R$ 1.000? Ou dever R$ 1 milhão recebendo de R$ 10 milhões?" Num ranking simples, quem deve R$ 1 milhão ficaria à frente de quem deve R$ 500. Por isso, o economista Cesar Grafietti, autor da análise e consultor exclusivo do Itaú, prefere usar o conceito de "Geração de Caixa" para se referir à saúde financeira dos clubes brasileiros. – Para simplificar, o conceito pode ser entendido assim: pega todo o dinheiro que um clube recebeu, paga todas as contas e vê quanto sobra no final – explica Grafietti. Em 2017, estes 27 clubes faturaram, somados, R$ 4,930 bilhões – um aumento de 16% em relação ao ano anterior. Sem contar as vendas de jogadores, uma variável inconstante e imprevisível, a arrecadação foi de R$ 4,113 bilhões. Em ambos os casos, resultados muito acima da inflação no período (2,95%) e do crescimento do PIB do Brasil (1%). Todas as receitas aumentaram no ano passado: direitos de TV, patrocínio, negociação de jogadores, estádio. Ou seja: dinheiro entrou, o problema foi como ele saiu.

Fonte: Globoesporte
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