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O ativista Walter Takemoto, integrante da Frente Povo sem Medo Bahia, que saiu às ruas no estado contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), admitiu ter sido um dos responsáveis pelo “chão de estrelas”, ato que pintou estrelas com o número 13, em alusão ao símbolo do PT, em trechos asfaltados de regiões de Salvador.
A prefeitura da capital baiana afirmou que vai ingressar com representação do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) por propaganda eleitoral irregular.
Em entrevista ao Bahia Notícias, Takemoto negou que a ação tenha tido fins meramente eleitoreiros, apesar de o número petista estar contido nas estrelas. De acordo com ele, o ato foi apenas uma forma de mostrar aos soteropolitanos que, em um momento conturbado da política no Brasil, “nós somos capazes de alcançar aquilo que parece distante”.
“Essa nossa ação, que chamamos de chão de estrelas, foi apenas para provar que é possível superar esse processo e alcançarmos algo que, para nós, é fundamental, que é uma sociedade verdadeiramente democrática. Não fizemos colagem de cartazes, pichação de paredes, não saímos espalhando material de campanha pela rua”, disse Takemoto, que afirmou também que o material usado para produzir as estrelas seria apagado pela chuva e os carros “sem prejudicar ninguém”.
A ação foi feita em trechos asfaltados do Comércio, Piedade, Avenida Garibaldi e Acupe de Brotas. Os manifestantes escolheram pontos simbólicos da cidade, como as proximidades do Elevador Lacerda e o Teatro Castro Alves (TCA).
“O Teatro Castro Alves representa o principal espaço cultural da cidade, e a cultura tem sido violentada nos últimos anos. Estamos vendo a cultura e os espaços culturais degradados, a cada dia, como ocorreu com o incêndio do Museu Nacional. [...] Você tem também o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo que, de um lado, representam a cidade de Salvador, mas você também tem os moradores da periferia de Salvador, os trabalhadores ambulantes e os turistas”, explicou.
Ainda segundo Takemoto, a manifestação não foi capitaneada por partidos políticos ou coletivos ligados à esquerda, e sim por um grupo de pessoas que se organizou para realizar o ato.
Apesar disso, em suas redes sociais, o ativista tem inúmeras postagens em apoio ao PT e à candidatura de Fernando Haddad à Presidência da República.
Takemoto ainda questionou por que a prefeitura de Salvador tem encarado o “chão de estrelas” como propaganda eleitoral antecipada. Para ele, o próprio ACM Neto tem cometido “crime” maior.
“Nós achamos estranho que o prefeito chame o chão de estrelas de propaganda eleitoral irregular, quando circula em redes sociais fotos de veículos da prefeitura de Salvador fazendo campanha para o candidato apoiado por ACM Neto. Isso é mais que propaganda política eleitoral irregular. Isso é crime contra o patrimônio. O Chão de Estrelas não danificou nenhum patrimônio público”, reivindicou.
Fonte: G1