Foto: Reprodução | EFE - Marcelo Sayão |
Por Sérgio Jones*
Sob a presidência de Bolsonaro, o Brasil não pode esperar por uma reforma econômica e de crescimento mais acelerado, devido ao fato de se manter um presidente com impulsos autoritários. Há muitos riscos. Talvez o maior seja a democracia iliberal na qual as eleições continuam, mas sem prática do governo democrático com suas restrições e regras de justiça.
Há quem professe que a presidência de Bolsonaro pode descambar para um conflito permanente, tanto dentro do próprio governo, quanto com uma oposição inflamada pelas agressões verbais de Bolsonaro. Frustrado, ele poderá atacar a legislatura e os tribunais. Separar a liberdade econômica da política como uma solução ao desenvolvimento, algo que raramente acontece na América Latina, onde a demanda por um governo forte que sempre competiu com um persistente desejo de liberdade. É o que observa artigo do The Economist.
Dando prosseguimento a sua caminhada em direção ao planalto o inominável presidente eleito revelou quem seria seu principal ministro. Paulo Guedes, um economista que prega o livre mercado, formado pela Universidade de Chicago, tudo fez para convencer os empresários brasileiros de que Bolsonaro pode ser confiável para o futuro do país, apesar de seus insultos a mulheres, negros e gays, seu carinho retórico pela ditadura militar e sua forte tendência à economia liberal.
Na convenção, Guedes estupidamente e de forma criminosa elogiou Bolsonaro por representar a ordem e a preservação da vida e da propriedade. Slogan fascista que garantiu a sua campanha em direção ao planalto.
Com base nessas expectativas, o bestial ex- capitão do Exército, se torna o novo presidente do Brasil no segundo turno das eleições. A Besta faz a festa após se beneficiar de um clima de desespero público em relação à crescente criminalidade, corrupção e uma crise econômica causada pelos erros do PT.
Promete de forma demagógica “defender a família”; “defender a inocência das crianças na escola” contra uma por ele alegada propaganda homossexual, além de se opor ao aborto e à legalização das drogas. Como congressista, propôs o controle da natalidade para os pobres. Além disso, considera os generais que tomaram o poder como ditadores no Brasil em 1964 e que governaram por duas décadas como “heróis”.
Enquanto essa triste comédia política se desenrola de forma patética no grotesco cenário brasileiro, com a anuência de uma massa política disforme, ignara e manietada pela grande mídia, financiada pelo poder do capital. A classe burguesa apátrida que só tem vistas para os seus mesquinhos interesses. Passa a conta de sua incompetência para o povo pagar. O preço desta aventura inconsequente manterá na indigência social uma significativa parcela da população.
Historicamente falando, às vezes temos que recuar um passo para que possamos avançar no contexto social. Mais uma vez, ao longo da história a grande massa do proletariado nos leva para um regime fascista. Devido a incompetência e a incúria de movimentos sociais perpetrados por uma esquerda populistas burra e inconsequente, totalmente desvinculados dos reais interesses de seu povo e da nação. Como professa o velho adágio popular, quem erra uma vez erra sempre.
*Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)