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A Polícia Civil identificou o casal que agrediu um menino de 6 anos em um condomínio privado na Octogonal, em Brasília, no último domingo (9). Eles foram identificados como Danielle Cavalcanti dos Santos e Alexandre Campos.
Inicialmente, os dois vão responder por "lesão coporal", com pena prevista de três meses a um ano de prisão, segundo a polícia.
"Há ainda a possibilidade de eles responderem pelo crime de ameaça e por terem submetido o próprio filho a um constrangimento, crime este previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente", informou a corporação.
Os agressores não moram no local, mas visitavam uma pessoa da família. A TV Globo fez contato com o familiar, que não quis falar sobre o assunto.
O menino agredido foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito.
A mãe dele, que é servidora da Polícia Rodoviária Federal e mora na Bahia, disse ao G1 que pretende levar o caso "até o final".
"Ainda não tomei nenhum providência cível, estou meio desorientada. Mas vou conversar com advogados para saber o que posso fazer", afirmou a mãe de Fernando*.
A mulher, que ter 38 anos, disse criar dois filhos – Fernando, de 6 anos e uma menina de 8 anos – na "base do amor e do carinho" e que a conversa é a chave para a resolução de conflitos em casa. "Nunca bati em filho meu e nunca disse que tinha que bater de volta quando apanhasse".
Fernando passava férias com a irmã e um primo na casa da tia, Jucinea Nascimento, quando foi agredido durante um jogo de futsal com outras crianças do condomínio. As crianças vieram de Feira de Santana, na Bahia, para comemorar o aniversário do filho mais novo de Jucinea e para participar da formatura do mais velho.
Imagens de câmeras de segurança registraram a brincadeira e o momento das agressões. Durante o jogo, um menino cai ao tentar fazer um drible com a bola. Dois minutos depois, um homem aparece carregando o garoto.
Ele vai em direção a Fernando e o segura por trás, imobilizando os braços do menino. Enquanto isso, o garoto ferido bate no rosto do colega. Em seguida, uma mulher surge na imagem e empurra Fernando.
Durante a cena, a irmã de Fernando, de short vermelho, observa as agressões acuada. "Ela estava roendo as unhas, como quem não podia fazer nada", disse a mãe. O primo aparece sentado na beira da quadra, chorando.
"O Fernando é criado em uma família de amor e carinho. Ele é muito tranquilo, não é de bater", disse a mãe ao G1. "O tapa que aquela mulher deu no meu filho doeu em mim. Me deixou revoltada."
Ela e o marido estão em Feira de Santana, porque não conseguiram tirar férias do trabalho, mas a tia das crianças registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) na terça-feira (11).
"Ele não desce de maneira alguma sem mim. Minha vida parou e a gente esta se divertindo, de férias", disse a tia de Fernando, Jucinea Nascimento. "A gente tem que inibir a violência, porque é disso que ele vai lembrar pro resto da vida."
*Fernando é um nome fictício criado pelo G1 para identificar a criança vítimas das agressões.
Fonte: G1