Foto: WSL |
Passei quase oito horas à frente da televisão, acompanhando o desfecho do Mundial de Surfe de 2018, na etapa de Pipeline, no Havaí. Não era final de Copa do Mundo de futebol, mas todo brasileiro se sentiu na arquibancada torcendo por Gabriel Medina em um estádio lotado, onde a cada onda surgiam gols, uns mais bonitos que os outros.
Se a seleção brasileira do técnico Tite decepcionou neste ano, Medina não iria desapontar. Para chegar ao bicampeonato mundial, o surfista de 24 anos precisava ‘apenas’ chegar à final da competição em Pipe, com as ondas mais perfeitas e difíceis do mundo, pode-se dizer.
Um tubo atrás do outro, assistir Gabriel avançando de fase e marcando belos gols foi prazeroso. Vendo-o fazer aquilo, parecia fácil, extremamente fácil. Era tubo pra direita, pra esquerda, notas 7, 8, 9, e com o ápice nas quartas de final quando teve uma virada espetacular sobre o sul-africano Jordy Smith, conquistando a única nota 10 do campeonato em território americano e avançando às semi.
A cada bateria, o brasileiro ia mostrando porque é o melhor surfista do planeta na atualidade. Com frieza e tubos magníficos, Medina arrancava aplausos da areia no Havaí e de todos que estavam em suas casas acompanhando pela televisão ou internet esta final de Copa.
Com cada ‘golaço’, ou melhor, ‘tubaço’, o filho do Brasil chegou à final da etapa em Pipeline, tornando-se Bicampeão Mundial de Surfe. No entanto, para Medina faltava a cereja do bolo, o gol que Gabriel Jesus perdeu na Copa, a defesa que Alisson não fez no Mundial, a jogada que Neymar deixou de prosseguir porque se jogou ao chão...
Sem vencer no Havaí - onde já havia tido outras duas derrotas na final da etapa -, Medina encarou o australiano Julian Wilson, com quem também disputava o título do Circuito, na grande decisão.
E, como um verdadeiro brasileiro, guerreiro, o melhor do mundo, Gabriel passou por cima e se tornou também campeão do Pipeline Masters, levantando as taças que o capitão da seleção brasileira de futebol não trouxe em 2018.
Fonte: A Tarde