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A bancada do PSD na Câmara decidiu apoiar o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, mas não deve formalizar a decisão por uma questão partidária. Como Bolsonaro não abriu, a princípio, um canal de negociações com as legendas e não deve conceder espaço para indicações políticas, a avaliação é de que não faz sentido arcar com o ônus de eventuais erros da futura gestão. A palavra final sobre integrar ou não a base aliada caberá ao presidente do PSD, Gilberto Kassab. Após reunião com Bolsonaro e o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, integrantes do PSD consideraram que o presidente eleito se posicionou com "humildade" e que a conversa foi "positiva".
Bolsonaro falou genericamente sobe questões econômicas, ambientais e mencionou a necessidade de combate ao que considera ser ideologização nas escolas. Ele não entrou no mérito, por exemplo, sobre a questão da idade mínima para aposentadoria e também não citou pontos de sua proposta.
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O líder do partido na Câmara, Domingos Neto, disse que Bolsonaro passou a mensagem clara de que vai precisar do PSD. Domingos também afirmou que a bancada sabe que será importante para o País e que não será empecilho para matérias defendidas por Bolsonaro, mas, assim como outros partidos, defendeu uma postura independente de acordo com cada proposta. "Tem um clima majoritário da bancada de apoio ao Bolsonaro, mas só a direção do partido pode falar sobre apoio formal", disse Domingos.
Assim como ocorreu com quase todos os partidos que se reuniram com Jair Bolsonaro nos últimos dias, com exceção do PR, o Podemos também sinalizou apoio ao futuro governo, mas disse que vai manter independência. "A posição oficial do partido é manter a independência, mas vai ajudar o governo", anunciou a presidente da legenda, deputada Renata Abreu. O líder da legenda, Diego Garcia, disse que haverá apoio "a tudo que é importante para o país". "Não seremos uma oposição burra, mas não vamos aceitar votações goela abaixo sendo impostas", declarou Garcia. Até o momento, apenas o PR decidiu integrar formalmente a base aliada do governo.
Senado
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, se articula para tornar seu partido um dos mais poderosos no Senado a partir de 2019.
O dirigente está trabalhando para aumentar sua bancada de sete para nove senadores no ano que vem. Se conseguir viabilizar esse crescimento, a legenda será a segunda maior da Casa, atrás apenas do MDB, e passaria a ter direito à vice-presidência do Senado. A principal investida de Kassab aconteceu nesta segunda-feira, 10, quando Kassab foi à Belo Horizonte para convidar, oficialmente, o senador eleito .Carlos Viana, do PHS de Minas Gerias, para migrar para o PSD. A reportagem apurou que já está tudo acertado para a filiação de Viana. Agora, a sigla procura mais um senador para se tornar a segunda maior bancada do Senado.
Inicialmente, o PSD teria sete senadores na próxima legislatura, atrás de PSDB, com oito senadores, e MDB, com 12 parlamentares.
Mas com esse movimento o partido buscar juntar nove nomes na bancada. Dessa forma, o partido de Kassab ultrapassaria a legenda tucana. É justamente o PSDB quem comanda a Vice-Presidência do Senado atualmente, por meio do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Kassab será secretário da Casa Civil do tucano João Doria, em São Paulo, no ano que vem. Além de Viana, Kassab estava mirando no nome do senador eleito Eduardo Gomes, do Solidariedade de Tocantins, mas ele deve declinar do convite. Outro nome que interessaria é da senadora eleita Zenaide Maia, do PHS do Rio Grande do Norte.
Fonte: Tribuna da Bahia