Foto: Reprodução |
A futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, anunciada na tarde de ontem afirmou que nenhum homem vai ganhar mais que mulher desenvolvendo a mesma função profissional. Segundo ela, ela vai proteger o direito à vida, seja de mulheres, índios, idosos ou crianças. As declarações foram dadas durante coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde ocorrem as reuniões da equipe de transição. É o que mostra reportagem de Hamilton Ferrari e Rodolfo Costa. “Nenhum homem vai ganhar mais que mulher nesta nação desenvolvendo a mesma função. Isso já é lei e o Ministério Público está aí para estar fiscalizando.
E se depender de mim, vou para a porta da empresa que o funcionário homem desenvolvendo o papel igual ao da mulher está ganhando mais. Acabou isso no Brasil”, enfatizou a futura ministra.
Damares é atual assessora do senador Magno Malta (PR-ES). De acordo com ela o Ministério é muito amplo e ainda receberá a Fundação Nacional do Índio (Funai). A futura ministra enfatizou que é preciso ter políticas públicas para defender a vida das mulheres e crianças.
“Nós vamos trazer para o protagonismo políticas públicas que ainda não chegaram até as mulheres. Será prioridade a mulher ribeirinha, a mulher pescadora, a mulher catadora de ciri, a quebradora de coco, essas mulheres que estão invisíveis”, disse. “Na questão infância nós também vamos dar uma atenção especial, porque está vindo para a pasta a secretaria da infância e o objetivo é propor para a nação um grande pacto pela infância.
Nunca a infância foi tão atingida como nos dias de hoje”, completou.
Damares ressaltou que 30 crianças são assassinadas por dia no Brasil e que o país recebeu o título de pior nação da América do Sul para abrigar meninas. “O nosso objetivo que em poucos anos essa será a melhor nação do mundo para ser menina.Nós vamos trabalhar a proteção da infância de forma integral, trabalhando com o Ministério da Saúde, Educação e Desenvolvimento. A infância vai estar no protagonismo com certeza. A criança precisa ser protegida no país”, enfatizou.
Damares ressaltou que é “mulher, mãe e pastora evangélica”. Sobre a pauta LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros), apontou que o assunto é delicado, mas que a relação dela com os movimentos é muito boa. “Eu tenho entendido que dá para ter um governo de paz entre o movimento conservador, movimento LGBT e demais movimentos. É para isso que nos propomos. Vamos sentar com todas as associações, movimentos e toda a representatividade”, alegou. De acordo com ela, as políticas de direitos humanos vão focar no povo que é invisível. “Este povo também vai vir para o protagonismo. Os ciganos! Temos em torno de 1,2 milhão ciganos. A mulher cigana circula nas ruas de maneira invisível. Esta mulher será vista por este governo. Ainda nesta nação, se abrir dicionário de português o que significa cigano: enganar, mentiroso e trapaceiro.
Não é. É cidadão brasileiro e vai ser respeitado”, disse.
Damares foi anunciada pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. “Ela é advogada e educadora e ela também receberá na pasta a Funai, visto que, ela, inclusive, é mãe de uma índia. Pela manhã, um grupo de indígenas se manifestou no CCBB para que a Funai continuasse sobre responsabilidade do Ministério da Justiça. A ministra alegou que pode recebê-los “com todo o prazer”.
“Temos 305 povos indígenas no Brasil. Falam-se 200 línguas indígenas. Essa nação é linda, bela e plural. Este governo vem para atendê-los. Quando descobrimos que alguns povos ainda matam suas crianças. Tem povos que quando o bebê é filho de mãe solteira ele não pode sobreviver. A partir deste momento comecei um diálogo com os povos e este diálogo acabou se prolongando de tal forma que estou há 15 e 16 anos cuidando de crianças indígenas no Brasil.
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) defendeu, em entrevista à TV Bandeirantes no início de novembro, que, no que depender dele, não haverá mais demarcação de terra para índios no Brasil. Questionada sobre isso, Damares ressaltou que é um tema que os dois terão que conversar. “Eu acredito que o presidente quando falou tinha informações muito importantes para falar isso. Tinha embasamento. Particularmente, questiono algumas áreas indígenas, mas é um assunto que vamos falar muito e discutir, sempre lembrando que este Ministério trabalhará interagindo com os demais ministérios. Não será decisão tãos somente do ministério dos Direitos Humanos”, afirmou.
Fonte: Tribuna da Bahia