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Transmissor de doenças como a raiva, o morcego é um animal de hábitos majoritariamente noturnos e se alimenta principalmente de insetos, frutas, entre outros. Normalmente, são encontrados nos porões ou cômodos pouco usados das casas. Assim, todo é cuidado é pouco para a população, que deve redobrar a atenção em caso de presença do mamífero.
Durante esse ano, foram confirmados quatro casos de raiva silvestre em morcegos não hematófagos – aqueles que não se alimentam de sangue – nos bairros de Patamares (2), Piatã e Arenoso. Contudo, desde 2004, não há registro de casos de raiva humana na capital baiana.
Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), qualquer tipo de morcego adoece e pode passar a raiva, enfermidade que pode levar a morte.
A transmissão da doença para pessoas ou animais pode ocorrer no caso de mordedura, arranhadura ou contato direto com a saliva do voador doente. Caso o morador de determinada região encontre morcegos circulando durante o dia, ele deve ficar atento.
Além disso, outros tipos de animais mortos também podem indicar sinal de contaminação pela raiva. De acordo com o médico veterinário do CCZ, Aroldo Carneiro, ambas as situações merecem cuidado. “Eles só saem dos abrigos quando o sol se põe, e ficam em atividade à noite. Caso ele apareça durante o dia, vale um alerta, é sinal de um animal doente”, afirmou.
O médico assinalou ainda que caso o animal adentre a residência, nunca se deve colocar a mão, sem proteção, diretamente no morcego. A orientação do especialista é tentar imobilizá-lo, colocando sobre ele um balde, um pano ou uma caixa, e chamar o centro de Controle de Zoonoses pelo telefone 156 ou ainda pelos telefones 3611-7331/3611- 7310. Outro conselho é o de que a pessoa não tente matar o morcego. Segundo Carneiro, o ideal é fazer a intervenção para que ele não entre na residência.
“Manter fechado o local, a janela, basculante por onde ele entra.
Ele geralmente é atraído por um alimento, uma fruta. Volto a dizer não se deve tentar matar o morcego, que tem uma importância ecológica”, destaca. Além da raiva, os morcegos podem transmitir doenças como salmonelose, que causa infecção intestinal, e histoplasmose, que traz problemas respiratórios.
Mas, se ocorrer o contato direto com o animal – seja por mordida ou arranhão –, o médico veterinário do Centro alerta que é preciso procurar imediatamente orientação médica nas unidades de saúde. Já nas situações em que as vítimas sejam os animais, é necessário informar o CCZ para receber as devidas orientações.
“Existe um protocolo de orientações para animas que tiveram contato de morcegos que precisa ser cumprido”, destaca. O veterinário também alerta aos donos de pet para que nunca permitam a brincadeira entre morcegos, cães e gatos.
“Se estiverem brincando, é preciso afastar. Deixa preso o animal, até que o morcego seja retirado”, diz.
Para serem imunizados, os animais filhotes devem possuir mais de três meses de idade e não podem estar doentes. Não é necessário levar documentos, e o procedimento ocorre sempre de segunda a sexta, das 8h às 17h, em unidades de saúde espalhadas pela cidade. A lista está disponível no site da SMS (www.saude.salvador.ba.gov.br). Na capital baiana, 100 unidades de saúde vacinam contra a raiva silvestre durante todo ano. Nos 11 meses de 2018, 158.248 mil cães e 73.761 mil já foram imunizados.
Santo Antônio sofreu com ataques ano passado
Entre março e maio de 2017, moradores do bairro do Santo Antônio Além do Carmo sofreram com os ataques de um morcego do tipo hematófago, que se alimenta de sangue. Foram pelo menos 17 registros naquele período.
As vítimas, neste caso, foram de pessoas idosas a crianças. A região do corpo humano mais atacada por este voador são extremidades como pé, mão e pontos da cabeça. Além disso, é somente no período da noite que eles saem de seus habitats à procura de alimentação.
A maior quantidade dos ataques ocorreu na Rua dos Ossos. Na ocasião, a auxiliar de educação, Rose Fernandes e o filho, Matheus, foram mordidos duas vezes, entre os dias 1º e 6 de maio de 2017, dentro da própria casa. Após o susto, a família tomou cuidados para evitar a visita indesejada dentro de casa – o local de entrada do mamífero era através da área de serviço, que estava descoberta.
A poucos metros da casa de Rose, a família de Alvina Cunha, moradora do bairro há 17 anos, também passou pelo mesmo problema. A filha dela, Valdirene, e o genro, Ronaldo Júnior, foram atacados por um morcego enquanto dormiam. Neste caso, o animal, na casa dela, entrou por um pequeno vão em cima da janela. O local acabou sendo tapado. A suspeita dos moradores do bairro, à época, era a de que a os morcegos estivessem utilizando casarões antigos e abandonados na região.
Fonte: Tribuna da Bahia
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