Foto: SAMUEL BARBOSA |
Na primeira entrevista desde que tomou posse, que foi ao ar no SBT na noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai propor idade mínima para aposentadoria de 62 anos para homens e 57 para mulheres. As regras devem ser incluídas em uma proposta de emenda à Constituição que trata da reforça da Previdência. O chefe do Executivo disse que deve ter uma idade diferenciada para servidores públicos. "Todo mundo vai ter que ceder um pouquinho. Proposta boa é a que passa no Congresso, não a que eu ou a minha equipe queremos.
Mas definimos que a idade mínima será de 62 anos para homens e 57 para mulheres. No serviço público, isso pode variar", disse.
O presidente disse também que pode enviar ao Congresso, "se houver clima", um projeto de lei que acaba com a Justiça do Trabalho. "Todo mundo tem que ser julgado pela Justiça comum. Não tem motivo para ter uma diferenciação. Vamos estudar isso e, se houver clima, vamos enviar um projeto neste sentido também", disse. Jair Bolsonaro demonstrou ter convicção sobre a mudança da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para a cidade de Jerusalém.
Ele disse não temer retaliações em grande escala de nações do Oriente Médio. "Grande parte do mundo árabe está alinhado com os Estados Unidos. Esta questão já está saturada. Quem se manifestou de forma mais pesada foi o Irã. Alguns países mais radicais que podem colocar em prática sanções econômicas contra nós", disse.
Bolsonaro afirmou que pretende aproveitar parte do texto da reforma da Previdência do antigo governo, que já está pronta para votação na Câmara. Segundo ele, no entanto, a atual gestão vai "rever alguma coisa".
"O que pretendemos fazer é botar num plano da reforma da Previdência um corte até o fim de 2022. Aí seria aumentar para 62 (anos) para homens e 57 (anos) para mulheres. Mas não de uma vez só. Um ano a partir da promulgação e outro a partir de 2022", disse. Ele afirmou que caberia ao futuro presidente reavaliar a situação e analisar um possível novo aumento da idade mínima.
Bolsonaro afirmou ainda que, como há diferenças na expectativa de vida da população, a ideia é que haja diferenciação de idade para diferentes profissões. "Sessenta e cinco anos fica um pouco forte para algumas profissões. Tem que levar em conta isso daí.
Haverá diferença para facilitar aprovação e para não fazer injustiça", disse. A reforma já aprovada em comissão especial e que está no Congresso estipulou como idade mínima 65 anos (homens) e 63 anos (mulheres), mas depois de uma transição de 20 anos.
O presidente Jair Bolsonaro sinalizou em entrevista exibida nesta noite de ontem, pelo SBT que pode vir a discutir o fim da Justiça do Trabalho. Ele disse também que quer aprofundar a reforma da legislação trabalhista. Na primeira entrevista após a posse, Bolsonaro usou exemplos do exterior e disse que os processos trabalhistas têm de tramitar na Justiça comum.
Para o presidente, há um "excesso de proteção" aos trabalhadores.
Questionado sobre a possibilidade de o governo dele encapar o fim da Justiça do Trabalho, Bolsonaro respondeu: "Poderia fazer, está sendo estudado. Em havendo clima, poderíamos discutir e até fazer uma proposta". O presidente repetiu também que a ideia dele é aprofundar a reforma trabalhista, "sem tirar direito de ninguém". "Empregado ganha pouco, mas a mão de obra é cara. É pouco pra quem recebe e muito pra quem paga, tem que mudar isso aí", comentou. Bolsonaro repetiu e adaptou ainda uma das frases mais usadas por ele na campanha. "Eu dizia que é difícil ser patrão no Brasil. Mais difícil é estar desempregado no Brasil", brincou.
Fonte: Tribuna da Bahia