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Em entrevista ao SBT, divulgada na noite desta quinta-feira, 10, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), senador eleito pelo Rio, negou ter conhecimento das movimentações financeiras do seu ex-assessor Fabrício Queiroz. "Não tenho nada a ver com isso. Não tenho como controlar o que os assessores fazem fora do gabinete", afirmou.
Flávio não compareceu nesta quinta-feira ao depoimento marcado pelo Ministério Público fluminense para falar das movimentações financeiras consideradas atípicas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em uma conta de Queiroz. Em seu perfil no Facebook, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) justificou sua ausência afirmando que não é investigado e ainda não teve acesso aos autos do procedimento aberto pelo MP.
O senador eleito disse no SBT que a soma de salários de Queiroz e de familiares dele já chegaria a "quase" o valor.
"Se você pega o salário dele no meu gabinete, mais o que ele recebe na Polícia Militar e mais o dos seus familiares, que depositavam dinheiro na conta dele, conforme ele próprio já declarou em alguma entrevista, dá quase esse valor", afirmou Flávio, ressalvando que não estava fazendo uma defesa do ex-assessor. Ao SBT, Flávio disse que pretende depor ao MP para "sepultar qualquer dúvida sobre minha pessoa", mas não afirmou quando isso seria. O senador eleito afirmou ainda achar que "há direcionamento nas investigações" para atingi-lo e ao governo de seu pai.
Como parlamentar, Flávio tem a prerrogativa de marcar dia, hora e local para depor. A Procuradoria informou por nota que o deputado estadual, valendo-se de sua prerrogativa parlamentar, "esclareceu ao MP que informará local e data para prestar os devidos esclarecimentos que porventura forem necessários". No texto divulgado à tarde no Facebook, o senador eleito disse que pediu uma cópia do procedimento investigatório aberto pelo MP fluminense "para que eu tome ciência de seu inteiro teor."
Ele argumentou que só foi notificado do convite na segunda-feira passada, à tarde.
O MP, porém, havia divulgado em 21 de dezembro nota sobre o convite a Flávio para depor nesta quinta-feira. Até a véspera, o deputado se recusava a dizer se iria ou não ao MP. "Reafirmo que não posso ser responsabilizado por atos de terceiros, como parte da grande mídia tenta, a todo custo, induzir a opinião pública", disse ele na nota. Queiroz e seus familiares (mulher e duas filhas, que fizeram depósitos na conta do ex-assessor) também não atenderam a convites anteriores do MP.
O ex-assessor alegou estar em tratamento de um câncer. A mulher, Marcia Aguiar, e as filhas Nathalia e Evelyn de Melo Queiroz, também ex-assessoras de Flávio, informaram, por meio de advogado, estar cuidando de Queiroz, e, por isso não foram depor.
Com a recusa de Flávio, 34 dias após a revelação, pelo jornal O Estado de S. Paulo, do relatório do Coaf que apontou as movimentações atípicas, o MP do Rio ainda não conseguiu ouvir nenhum dos citados ligados a ele.
Quando Flávio assumir a cadeira no Senado, o caso deverá seguir para a primeira instância.
O Coaf detectou que Queiroz recebeu depósitos de colegas do gabinete de Flávio, mais da metade até três dias úteis após o pagamento dos salários na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O órgão considera que a renda do ex-assessor, então de R$ 23 mil mensais, é incompatível com o dinheiro que passou por sua conta de janeiro de 2016 a janeiro de 2017: R$ 1,2 milhão. Queiroz alegou, em entrevista ao SBT, que ganhou dinheiro vendendo carros usados.
Fonte: Tribuna da Bahia
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