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Basta um passeio rápido pelas ruas de Salvador para se deparar com pombos. As aves estão presentes em todos os bairros, principalmente na região do Centro Histórico. Em algumas praças, idosos e crianças nutrem o hábito de alimentá-las. No entanto, além da ação contribuir com a proliferação do animal, os pombos representam um risco à saúde pública. É que nas fezes dele estão presentes fungos e bactérias que podem causar diversos tipos de doenças respiratórias e neurológicas.
Dentre as principais patologias estão a criptococose e histoplasmose. A infecção se dá após o indivíduo inalar os esporos do fungo, presente em grandes quantidades em locais com acúmulo de fezes secas das aves.
De acordo com Fabiano Simões, biólogo do Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o homem também pode sofrer de dermatites e alergias causadas pelas penas dos pombos ou por ácaros que se alojam no corpo do animal.
“Quando há aglomeração de pombos em forro de PVC, por exemplo, esses ectoparasitas podem cair dentro da residência e causar alergias”, explicou.
O especialista lembrou que a criptococose pode resultar em meningite fúngica, doença grave que forma lesões no cérebro. No entanto, ele pontua que para que isso ocorra o indivíduo precisa estar com baixa imunidade, como acontece em determinadas doenças, como a Aids. Uma pessoa saudável tem mecanismos de defesa e formas de combater esse fungo.
Originalmente vindo da Europa, Fabiano Simões explica que os pombos se adaptaram facilmente às zonas urbanas brasileiras. As razões que justificam a proliferação dessas aves incluem a oferta abundante de abrigos, em frestas de edifícios, casarões e monumentos, a ausência de predadores naturais, como as aves de rapina, além da grande quantidade de alimentos disponível, seja no lixo e ou pela oferta de grãos pela população. “Não oferecer comida aos pombos não é maltratar.
As pessoas se esquecem que eles têm asas, sabem voar e buscar alimento ou água”, ponderou.
Matar, ferir ou maltratar pombos é considerado crime ambiental. Mas algumas medidas preventivas de controle populacional podem ser tomadas para ajudar na prevenção de doenças: jamais alimentar os pombos, fechar os espaços que possam servir de abrigo – como caixas de ar condicionado, janelas, forros e varandas - com telas ou tampas, acondicionar corretamente o lixo em recipientes fechados e umedecer as fezes dos pombos com desinfetante antes de limpá-las.
O biólogo do CCZ destaca que o órgão realiza um trabalho de conscientização nas escolas sobre os riscos que os pombos representam para a saúde, bem como realiza inspeções e orienta a comunidade sobre como proceder no caso da presença desses animais nas residências. O CCZ pode ser acionado pelo telefone 156. “Nós enviamos um técnico ao local para identificar os fatores que favorecem a proliferação e também orientamos sobre o risco de doenças devido ao acúmulo de fezes”, completou Fabiano Simões.
Fonte: Tribuna da Bahia