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“O que eu tenho para dizer é que as palavras são poucas, porque eu não aguento. São todos parentes, a gente está sofrendo muito”, a declaração é de Renaldo de Souza Lima, marido de uma das seis vítimas que morreu no acidente envolvendo uma carreta e um micro-ônibus, na BR-242, região da cidade de Seabra, na Chapada Diamantina.
O grupo foi para a cidade de Pirenópolis, no estado de Goiás, onde encontraram parentes e amigos para passar a virada de ano.
Momentos antes do acidente, os passageiros fizeram uma selfie. Renaldo disse ainda que não viajou com a família após ter mau pressentimento.
Outras 26 pessoas ficaram feridas na batida, que aconteceu na manhã de quinta-feira (3). Todos eram da mesma família. Além da esposa, Angeline da Silva Sosta, de 33 anos, Renaldo perdeu também o sogro, Rosalvo Ferreira da Costa, de 60.
“Meu sogro faleceu. Faleceu várias pessoas aí da família dele, que são de Campo Formoso. É um momento que todos nós temos dificuldades em uma situação dessa", lamentou.
O Hospital Regional da Chapada Diamantina, em Seabra, para onde 22 das vítimas feridas foram levadas, não quis dar informações sobre o estado de saúde dos pacientes nesta sexta-feira (4).
O pai de uma das vítimas, que estava no local, informou que a jovem, de prenome Érica, será transferida para Salvador nesta sexta porque sente fortes dores no pescoço. Ele não soube informar para qual hospital ela deve ser levada. Érica é mãe do menino de 3 anos que está internado no Hospital do Subúrbio.
Ainda no hospital da Chapada, familiares que também acompanhavam a situação e o estado de saúde das pessoas informaram que pelo menos cinco das vítimas passaram por cirurgia.
Uma das pessoas que está internada no Hospital Geral do Estado (HGE) é uma jovem de 28 anos, que viajou com os dois filhos, de 11 e 5 anos. Ela sofreu traumatismo craniano e está em estado grave.
O menino de 5 anos também está no HGE, mas o estado de saúde dele é normal e, conforme familiares, ele só teve arranhões. A menina de 11 anos sofreu uma pancada na cabeça e está com dores nos olhos. Ela está no hospital de Seabra.
Pessoas que trabalham na região onde o acidente aconteceu contaram que o caminhão envolvido na tragédia buzinou há uma certa distância, na descida de uma ladeira. Os trabalhadores acreditam que foi para avisar que o veículo estava sem freio.
A polícia disse, no entanto, que as causas do acidente só poderão ser apontadas quando a perícia for concluída. Uma pessoa morreu na hora e outras cinco morreram no hospital, em Seabra. Entre os 26 feridos estão os motoristas da carreta e do micro-ônibus.
Testemunhas contaram ainda que, após perder os freios, a carreta colidiu com o micro-ônibus onde as vítimas estavam, bateu em um veículo que estava estacionado, derrubou uma árvore e, de cabeça para baixo, seguiu se arrastando. O veículo tinha um carregamento de farelo de milho, que ficou espalhado pela pista.
De acordo com a polícia, o acidente ocorreu por volta 9h de quinta-feira, na entrada da cidade de Seabra.
À polícia, testemunhas relataram que a carreta, que saiu de Barreiras, no oeste da Bahia, perdeu o freio após descer uma ladeira e acabou batendo no micro-ônibus.
Por conta do acidente, os veículos ficaram destruídos. O micro-ônibus perdeu o teto com a força da batida e o caminhão ficou sem a cabine. Os objetos dos passageiros ficaram espalhados pela rodovia, assim como as sacas de floco de milho que eram transportadas na carreta.
De acordo com Tainam Guanais, que é da família das pessoas que viajavam no micro-ônibus, o coletivo chegou na Bahia na quarta-feira (2).
Os passegeiros dormiram na casa de Tainam, no município de Ibotirama, no oeste do estado, e só seguiram viagem na manhã de quinta.
Parte da família morava em Campo Formoso, outra em Juazeiro e algumas pessoas em Jacobina, todas cidades no norte da Bahia. Dos mortos, três eram de Juazeiro, incluindo Rosalvo Ferreira da Costa, de 60 anos, e a filha Angeline da Silva Sosta, de 33, que era técnica de enfermagem da rede municipal de saúde.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde e Juazeiro se solidarizou com a família e informou que, por conta do acidente, o funcionamento do posto de saúde onde Angeline trabalhava foi suspenso nesta quinta-feira.
Os outros mortos foram identificados como Simoni Otília Gomes Silva, Rebeca Silva Oliveira, Delma Ribeiro da Silva, de 55 anos, e Thalita Ribeiro da Silva, de 31 anos, que é filha de Delma.
Fonte: G1